Categorias
Conteúdos relacionados

A Amazônia brasileira: problemas e desafios

A programação do congresso inclui três conferências, nos dias 28, 29 de março e no dia 1º de abril. Todas as conferências acontecerão ao vivo, no horário de 18h00 (hora de Madri) através da ferramenta Zoom. O link do Zoom para as sessões de conferências estará disponível na plataforma do Congresso e, na ocasião, também será enviado a todos os congressistas por e-mail.

Na programação também consta cinco sessões de colóquios ao vivo, que acontecem todos os dias de Congresso (de 28 de março a 1º de abril), em horário de 19h00 (hora de Madri), com duração de uma hora. Os colóquios também serão através de Zoom, cujo link estará na plataforma e será enviado por e-mail. Durante os colóquios, os participantes terão a oportunidade de debater temas relacionados com as linhas temáticas selecionadas para a sessão. Por exemplo, o primeiro colóquio, que acontecerá no dia 28 de março, será para o debate de temas relacionados com “Amazônia e História” e “Amazônia, territórios e territorialidades”, assim como seis livros selecionados para a sessão. As sessões de colóquios são para debate e comentários sobre as temáticas mais relevantes ou presentes nos trabalhos, por isso, as perguntas, dúvidas ou consultas específicas sobre um trabalho devem ser enviadas através da ferramenta “Fórum”, disponível na plataforma do congresso.

Nesse sentido, e tal como consta na informação do Congresso, não há sessões ao vivo para apresentações das propostas de comunicação. Os vídeos das propostas de comunicação estarão, a partir do primeiro dia de congresso, disponíveis para todos os congressistas.

Categorias
Conteúdos relacionados

Bioeconomia para o desenvolvimento sustentável da Amazônia

Potencial da bioeconomia para o desenvolvimento sustentável da Amazônia e possibilidades para a atuação do BNDES. Artigo de de Leonardo Pamplona, Julio Salarini e Nabil Kadri 

O artigo situa o conceito de bioeconomia no contexto da Amazônia e dos desafios do desenvolvimento sustentável. Os autores, integrantes do departamento de meio ambiente do BNDES, fazem uma uma reflexão sobre o potencial da biodiversidade amazônica em diversos setores.

O texto aborda os gargalos para a ampliação do crédito e da experiência do Banco no apoio a arranjos produtivos sustentáveis na região. São propostas algumas diretrizes para subsidiar a construção de uma agenda de trabalho sobre o tema para o BNDES.

Categorias
Conteúdos relacionados

O processo de ‘açaização’ da amazônia

Pesquisa aponta que o cultivo do açaí está levando a uma perda significativa da biodiversidade na Amazônia com o avanço da monocultura da fruta. O processo é tão intenso, especialmente no Pará, que já ganhou até nome de cientistas da área: é a “açaização” da Amazônia. 

Confira os resultados do estudo

Categorias
Conteúdos relacionados

Amazônia terá sistema abrangente de análise de emissões de GEE

Publicado pela redação do Jornal da USP em 14/03/2022
Arte de Ana Júlia Maciel

O Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI), sediado na USP com financiamento da empresa Shell e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), está desenvolvendo um banco de dados sobre as emissões de gases de efeito estufa (GEEs) na região amazônica. A plataforma está sendo construída com técnicas avançadas de big data para gerar dados que possam ser usados para monitorar as emissões dos gases; compreender melhor suas causas; e nortear a criação e a fiscalização de políticas públicas voltadas à mitigação de emissões. Ela permitirá acompanhar os compromissos internacionais do Brasil na redução do desmatamento e na emissão de gases de efeito estufa pelo ecossistema Amazônia.

A plataforma contará com o apoio de diversas Organizações Não Governamentais (ONGs), como o Instituto de Pesquisas Amazônicas (Ipam), o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e o MapBiomas, que trazem diversos dados geolocalizados sobre as emissões de GEEs e o desmatamento na Amazônia, além de possibilitar retroalimentar outros bancos de dados. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Instituto Nacional de Pesquisas na Amazônia (Inpa), o Programa LBA (Experimento de Larga Escala da Biosfera e Atmosfera da Amazônia), a torre ATTO (Amazon Tall Tower Observatory), a Escola Politécnica (Poli) da USP e o Instituto de Física (IF) da USP são os coordenadores do projeto.

Dados abrangentes

Neste esforço conjunto, será possível analisar dados de superfície e de satélites sobre as emissões e absorções, incorporando informações ao longo dos últimos 25 anos, com forte parceria com o sistema MapBiomas. “Conseguiremos também analisar o estado atual das emissões quase em tempo real e fazer projeções, usando Inteligência Artificial e técnicas avançadas de aprendizado de máquina”, destaca o cientista Paulo Artaxo, professor do Instituto de Física da USP e um dos pesquisadores principais no RCGI. O objetivo, segundo ele, é obter uma visão abrangente dos complexos e amplos aspectos que impactam o ecossistema amazônico e seu balanço de emissões de gases de efeito estufa.

Paulo Artaxo – Foto: Wikimedia

Trata-se da primeira plataforma a trazer, de forma unificada, a maior parte dos parâmetros que controlam o processo de absorção e emissão de dióxido de carbono e metano para a atmosfera. “Essa iniciativa será crucial para o Brasil adotar políticas públicas lastreadas pela ciência, com dados abrangentes e confiáveis, que possibilitem cumprir as metas de redução de emissões de GEEs. Irá complementar esforços importantes do Inpe, Imazon, Ipam, LBA, SEEG, MapBiomas e outras entidades”, afirma Artaxo.

O Brasil é o sexto país que mais emite GEEs no mundo, sendo o desmatamento da Amazônia nossa principal fonte de emissões. No Acordo de Paris, em 2015, e na COP-26, em 2021, o governo brasileiro assumiu diversos compromissos para redução de emissões de GEEs. Até 2030, terá que diminuir as emissões de carbono em 50%, e em 30% as emissões de metano, além de zerar emissões de CO2 até 2050. “Os maiores esforços neste sentido deverão ser concentrados na Amazônia, de onde se originam 47% das emissões dos GEEs no País – a maior parte causada pelo desmatamento. Daí a importância de termos uma plataforma com informações consolidadas sobre as emissões de GEEs”, afirma o pesquisador.

Queda de árvores – Foto: George Campos/ USP

Desafios do projeto

O banco de dados será gigante. Conterá dados de satélites, dados de medidas em torres, medidas do sistema Lidar (Inpe) e dados meteorológicos, cobrindo toda a região amazônica em seus nove países, não só do Brasil. “As técnicas de big data, como Inteligência Artificial e aprendizado de máquina, serão usadas para processar e analisar esta gigantesca massa de dados, desvendando os complexos relacionamentos não lineares entre os múltiplos parâmetros”, explica o coordenador da parte computacional do projeto, José Reinaldo Silva, professor da Poli. “O sistema amazônico é tão complexo e amplo que, para seu entendimento mais completo, é necessário o desenvolvimento de ferramentas computacionais avançadas, que permitam uma compreensão do comportamento não linear da interação da floresta com o sistema climático”, acrescenta.

José Reinaldo Silva – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Segundo Artaxo, a primeira fase, que já está em andamento, é a de coleta de dados de sensoriamento remoto, de superfície e de modelagens já feitas. Essa etapa está sendo realizada em parceria com o MapBiomas, Ipam, Inpe, LBA, Imazon, torre ATTO, LBA e outros parceiros. “Depois disso, vamos começar a integrar e ligar diversos bancos de dados e desenvolver as ferramentas de Inteligência Artificial que permitam extrair informações qualificadas do sistema como um todo.”

Um dos desafios da pesquisa será esclarecer a disparidade dos dados atualmente divulgados sobre as emissões na Amazônia. Isso ocorre em função das diferentes periodicidades e particularidades tecnológicas dos satélites que cobrem a região, gerando muitas vezes números discordantes. “O que nós vamos fazer é selecionar e analisar cuidadosamente os dados de cada satélite e selecionar aqueles mais assertivos, para validar esses dados para a Amazônia com medidas em superfície”, afirma Artaxo.

“Algumas análises importantes serão possíveis com esses sistemas, tais como o papel da degradação florestal nas emissões, o impacto do El Niño e da La Niña na emissão de gases de efeito estufa, o cálculo das emissões de metano em áreas alagadas, entre outras análises. Sem essa integração ampla de dados, é impossível termos uma visão da Bacia como um todo para esses cálculos.”

Relatórios periódicos

Os pesquisadores também irão gerar relatórios periódicos sobre os dados coletados e as análises feitas. Artaxo já adianta dois aspectos que terão destaque nessas análises: o papel da expansão agropecuária e o impacto das mudanças climáticas nas alterações dos processos fotossintéticos da floresta. “Observamos que o aquecimento global e a mudança na precipitação na Amazônia estão afetando os processos que regulam a absorção e a emissão de gases de efeito estufa, fazendo com que a floresta possa estar começando a perder carbono para a atmosfera. Isso é preocupante porque a floresta contém cerca de 120 bilhões de toneladas de carbono no ecossistema, o que corresponde a 10 anos da queima de todos os combustíveis fósseis do mundo”, destaca.

A plataforma está sendo desenvolvida dentro da USP, em São Paulo, no âmbito do projeto Emissão de gases de efeito estufa na Amazônia e sistema de análise de dados e serviços do RCGI, que já conta com uma equipe de nove pós-doutorandos, e muitos estudantes de mestrado e doutorado. Os pesquisadores usarão computadores da USP e os sistemas Amazon Web Services (AWS) e Google Earth Engine (GEE). O projeto está inserido dentro do GHG (Greenhouse Gases) – um dos cinco programas do RCGI cujas pesquisas são voltadas para a geração de conhecimento e inovação que ajudem o País a cumprir suas metas para a mitigação dos GEEs.

Mais informações: e-mail comunicacao@academica.jor.br, na assessoria de comunicação do RCGI

Sobre o RCGI – O Research Centre for Greenhouse Gas Innovation (RCGI) é um Centro de Pesquisa em Engenharia, criado em 2015, com financiamento da Fapesp e da Shell. As pesquisas do RCGI são focadas em inovações que possibilitem ao Brasil atingir os compromissos assumidos no Acordo de Paris, no âmbito das NDCs – Nationally Determined Contributions. Os projetos de pesquisa – 19, no total – estão ancorados em cinco programas: NBS (Nature Based Solutions); CCU (Carbon Capture and Utilization); BECCS (Bioenergy with Carbon Capture and Storage); GHG (Greenhouse Gases) e Advocacy. Atualmente, o centro conta com cerca de 400 pesquisadores. Saiba mais aqui.

Categorias
Conteúdos relacionados

Direitos dos povos e comunidades tradicionais

Publicação elaborada pelo MPMG, faz um apanhado da legislação e dos consensos em torno da questão da categorização e dos direitos dos povos e comunidadades tradicionais.

Categorias
Conteúdos relacionados

INPA e USP pesquisam bioeconomia amazonense

O objetivo é conduzir investigações para ampliar a compreensão sobre a bioeconomia como elemento gerador de emprego, renda e bem-estar.

Matéria de OSÍRIS M. ARAÚJO DA SILVA #OSIRISSILVA
Publicado originalmente em 28/02/2022, Portal Amazônia.

Realizou-se na última terça-feira, 22, coordenado pelos pesquisadores Adalberto Val, do Inpa, e Jacques Marcovitch, da Fea-Usp, o II Workshop de Bioeconomia voltado ao estudo de cadeias produtivas oriundas da biodiversidade local. O objetivo multidisciplinar é conduzir investigações tendo por meta ampliar a compreensão de questões relacionadas a cada uma delas como elemento gerador de emprego, renda e bem-estar a partir dos Estados do Amazonas e São Paulo, o centro geográfico e mercadológico do empreendimento.

Apoiada pela Fapeam e Fapesp, a pesquisa, conduzida pelo Inpa e Usp, terá duração de dois anos. Seguirá metodologia descritiva-exploratória a partir do estudo de casos múltiplos relativamente a quatro unidades de análise: as cadeias do pirarucu, açaí, cacau e castanha do Brasil.

Ao término, deverão ser priorizadas recomendações de políticas públicas nas esferas da geração de empregos e renda, da segurança alimentar e da educação para a cidadania. O conhecimento construído, que inclui a prospectiva tecnológica, será disseminado por meio de conteúdos impressos (livro e artigos) e digitais (site e vídeos). A sistematização dos casos permitirá a identificação de práticas empresariais atuais e inovadoras, visando a proposição de modelos replicáveis em outras cadeias setoriais. 

A metodologia dos modelos permitirá a inclusão de métricas de monitoramento da governança em relação aos componentes das cadeias produtivas em articulação com setores do empreendedorismo. O intuito é produzir resultados e impactos por meio de agentes de entidades privadas e públicas engajadas desde o início dos estudos por intermédio de um conselho de orientação, que terá como objetivo a realização, disseminação e monitoramento dos resultados empíricos alcançados.

Segundo o pesquisador do Inpa, Adalberto Val: “a riqueza do evento foi muito além do que previmos. A grandeza da Amazônia requer a soma de percepção de vários atores, levando em conta não haver uma verdade única sobre a região. São muitas as opções da biodiversidade que podem se tornar cadeias de valor, outras tantas já o são, ainda que todas precisam adensar-se de informações tecnológicas”. Contudo, salienta, “não há bioeconomia sem floresta e água, sem educação, sem inclusão social, sem uso da informação já existente. A bioeconomia não pode competir com a floresta e com os rios, mas a eles integrar-se”.

A pesquisa, segundo Val, já dispõe de “um vasto conjunto de informações científicas e técnicas que serão utilizadas intensamente nos processos de tomada de decisão”. A informação contida na floresta é o ativo mais valioso e é preciso que nos apropriemos dessas informações produzidas lentamente desde o início do levantamento dos tempos há mais de 65 milhões de anos”. Visando possibilitar que essas cadeias de valor se desenvolvam de forma plena, ao que aponta Adalberto Val, “a pesquisa realizada nas Instituições de Ciência e Tecnologia tem papel central na desfragmentação das cadeias de valor. Desta forma, o projeto irá contribuir com a análise desses aspectos, procurando tornar efetiva a inclusão social e a geração de renda na Amazônia”, completou o ex-diretor do Inpa.

A realização dessa pesquisa, em última análise, acende uma luz verde ao fim do túnel. Fundamentalmente, por indicar uma reação positiva, segundo fonte do setor, “ao quadro de estagnação da produção científica local, que, mais grave ainda, se mantém de costas para o setor produtivo, fatores que levam o setor a não sair do discurso”. O Workshop, ao que tudo indica, chegou a conclusões animadoras, mesmo tendo apresentado grave e inexplicável falha ao não contar com a participação da Embrapa, Ifam, Cba e de entidades de pesquisa privadas. Sem a convergência de esforços e integração das estruturas locais de P&D haveremos de continuar imobilizados, sem chegar a lugar algum. Falha que, certamente, por meio de positivas convergências de ações logo será corrigida. 

Sobre o autor

Osíris M. Araújo da Silva é economista, escritor, membro do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA), da Academia de Letras, Ciências e Artes do Amazonas (ALCEAR), do Grupo de Estudos Estratégicos Amazônicos (GEEA/INPA) e do Conselho Regional de Economia do Amazonas (CORECON-AM).