O pirarucu é uma das espécies mais importantes para o crescimento da produção da aquicultura amazônica (Núñez-Rodríguez et al., 2018), registrando elevada conversão alimentar que possibilita o abate com aproximadamente 12 meses de criação. O pirarucu se destaca pelo rápido crescimento e é um dos maiores peixes de água doce do mundo, alcançando 1,70 m e 80 kg com 6 ou 7 anos de vida, mas com possibilidade de atingir 3 m e 200 kg. O peixe é capturado nos rios da Amazônia, impulsionando a cadeia de pesca extrativista. A criação desta espécie é uma rara oportunidade para harmonizar os objetivos de gestão sustentável de recursos e alívio da pobreza (Campos-Silva & Peres, 2016).
Além do consumo da carne comercializada fresca, congelada ou salgada, e da cabeça utilizada no preparo de pratos típicos regionais, seus subprodutos podem alcançar elevado valor, como o couro com potencial para abastecer a indústria da moda e compor acabamentos em veículos e aeronaves de luxo (Ferreira, 2016). A cadeia produtiva do pirarucu apresenta diversos desafios relacionados à cadeia do frio, transporte (Brandão et al., 2006) e reprodução em cativeiro (Núñez et al., 2009).
De acordo com a FAO (2015), os estudos mercadológicos realizados no Peru indicam ampla aceitação do pirarucu, além de mercados internacionais em que o produto recebe o status de pescado gourmet, com preços mais elevados. Na ausência de condições mercadológicas para o processamento e a distribuição, o produto torna-se condenado à comercialização no mercado local, concorrendo com o animal da natureza, capturado livremente com a pesca predatória.
A falta de capacidade produtiva é apontada como um importante fator para o baixo consumo de pescado per capita brasileiro (Ostrensky, Borghetti, & Soto, 2007), além da falta de frigoríficos como um fator restritivo de competitividade para o desenvolvimento da piscicultura. Por outro lado, há inúmeras oportunidades de geração de emprego e renda com os subprodutos do pirarucu, incluindo a produção de hidrolisados proteicos (Carvalho Paiva et al., 2015), farinha, melhorias tecnológicas para o beneficiamento do pescado para a produção de nuggets, hambúrgueres e pratos prontos, além de uma linha de produtos defumados (Ferreira, 2016).
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