A castanha do Brasil é fruto oleaginoso presente em cerca de 325 milhões de hectares na bacia amazônica, destes 300 milhões de hectares de castanhais se encontram no território nacional amazônico (FAS, 2019b). Da castanheira podem ser utilizados diversos produtos e subprodutos, que inclui os ouriços, para combustível energético e confecção de objetos, e as amêndoas, ricas em proteínas e vitaminas, que podem ser consumidas como alimento, ou usadas, ainda, para extração de óleos. As propriedades nutricionais da castanha do Brasil foram estudadas amplamente nos anos 1990 e nos anos 2000 se tornou um alimento funcional e requerido globalmente.
Dentre as muitas propriedades nutricionais, o selênio é o principal nutriente presente na castanha do Brasil (SEPLANCTI, 2018). Segundo a SEPROR (2020, 20 de maio), a castanha do Brasil está intimamente ligada à cultura das populações tradicionais da Amazônia, cujos produtos e subprodutos são utilizados como fonte de alimentação e renda. O Estado do Amazonas possui seis agroindústrias que estão sendo geridas por associações/cooperativas localizadas nos municípios de: Amaturá, Barcelos, Beruri, Boca do Acre, Lábrea e Manicoré.
Há outras agroindústrias privadas em Manaus, Humaitá e Itacoatiara. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2018) mostram que produção de amêndoa da castanha do Brasil cresceu 46,3%, alcançando 34.170 toneladas em 2017, após queda na produção nacional consecutiva, que foi afetada em 2016/2017 pelas secas na região amazônica. O estado do Amazonas, maior produtor nacional, registrou neste mesmo ano a produção de 12.161 toneladas de castanha, sendo que 11,7% do volume total produzido no país teve origem no município de Humaitá – AM (IBGE, 2018). Os dados do International Nut and Dried Fruit Council Foundation (INC, 2019) mostram que a produção brasileira de castanha do Brasil obedece a dois fluxos: o consumo interno e a exportação, sendo 35% para a exportação e 65% para o consumo interno. No entanto, a participação do país no mercado internacional ainda é baixa, chegando a uma participação de 5% na exportação de castanha do Brasil. Segundo análise da FAS (2019b), o Brasil perdeu a liderança nas exportações de castanha do Brasil para a Bolívia, em virtude da dificuldade de aprimorar seu processo produtivo e da exigência do mercado europeu pela redução da presença de aflotoxina, substância tóxica produzida por fungos que se desenvolve em produtos agrícolas.
A castanha do Brasil como um produto potencial, altamente promissor para a região Amazônica, pois é uma espécie com importância socioeconômica para milhares de famílias que residem na região e também para a conservação da floresta.
O estado do Amazonas é o maior produtor nacional da castanha do Brasil, mas ainda tem desafios estruturantes em toda a sua cadeia produtiva desde a conservação dos castanhais ao transporte, beneficiamento e comercialização. Além disso, a descoberta de novas tecnologias é fundamental para aumentar a qualidade da castanha e atingir o público consumidor, que exige qualidade, rastreabilidade e acesso facilitado.
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