Desafios científicos

A FEA USP tem realizado diversas iniciativas no Estado do Amazonas, entre  as quais, o convênio DINTER/CAPES com a Universidade do Estado do Amazonas  (UEA), com as atividades iniciadas em 2017, para a formação de 22 doutores e  doutoras. A parceria foi estabelecida para contribuir com o desenvolvimento em uma  região carente de programas de pós-graduação (apenas 3 programas de mestrado  e um de doutorado, segundo o documento de área da CAPES 2016). Trata-se de  nuclear num futuro próximo, um programa de doutorado em Administração na região  amazônica. Além disso, com essa parceria, tem se consolidado uma robusta relação  de pesquisa com a UEA e outros parceiros na região, na linha de inovação e  sustentabilidade. Um dos resultados dessa parceria foi “I Congresso de Gestão da  Amazônia”, realizado na cidade de Manaus em 2018 (ver  https://amasconference.com/). O presente Projeto converge em seus objetivos com  esse exemplo de parceria em andamento entre a FEA/USP e UEA. No entanto, os pesquisadores do Projeto preveem alguns desafios na operacionalização do estudo,  conforme relacionado abaixo. 

Engajamento de agentes público e privados  

Um dos principais desafios será engajar entidades públicas e privadas desde o  início do Projeto. Como o estudo pretende levar resultados e impactos para a ponta,  será planejado para o primeiro semestre do Projeto um pré-workshop para delinear  operacionalização do estudo e engajar ao longo dos 2 anos os principais atores  agentes que serão destinatários dos resultados da pesquisa. Além disso, será  estabelecido um Conselho de Orientação do projeto com integrantes de  universidades, institutos de pesquisa e outras entidades públicas e privadas. Os  objetivos do Conselho são orientar e auxiliar os pesquisadores pelo estudo na  solução de eventuais dificuldades e desafios científicos, além de recomendar os  meios e métodos para superá-los.  

Logística para o trabalho de campo 

É previsto alguns desafios de logística para o trabalho de campo, visto que o estudo  analisará cadeias produtivas existentes em locais/comunidades afastadas dos  grandes. Logo no início do Projeto será planejado a logística, incluindo viagens de  campo, alocação de pesquisadores e custo do Projeto.  

Processo para influenciar políticas públicas  

Com base nos resultados empíricos do Projeto, pretende-se formular um conjunto  de recomendações destinadas aos gestores públicos responsáveis por iniciativas que fomentem geração de renda e empregos, por meio do desenvolvimento de  cadeias setoriais baseadas na biodiversidade. Considerando que o desenvolvimento  de uma cadeia setorial competitiva é um processo complexo, e que demanda o  envolvimento de diversos agentes com interesses distintos, o impacto da pesquisa  exige métricas de monitoramento a serem desenvolvidas. Além da consulta do site  do projeto e das suas páginas relacionadas às cadeias produtivas selecionadas,  métricas relativas à geração de emprego e renda serão concebidas e discutidas  com especialistas. Cabe, no entanto, observar que este impacto depende de  diversas variáveis que não necessariamente são controladas ou influenciadas pelos  pesquisadores do Projeto. Por isso, o estabelecimento de parcerias entre o poder  público, comunidades extrativistas, entidades da sociedade civil organizada,  empresas e investidores abre um leque de oportunidades para o desenvolvimento  de projetos científicos complementares para dar continuidade às recomendações  que serão propostas a partir dos resultados empíricos deste Projeto.  

Inércia institucional e estrutura de poder das organizações 

A inércia institucional e as estruturas burocráticas de poder nas organizações  podem prejudicar o impacto almejado no Projeto. No entanto, o envolvimento desde  o início das partes interessadas em políticas de fomento a cadeias produtivas  visando geração de renda e emprego verde (ver Tabela 1), pode minimizar riscos de inércia institucional por parte das organizações. Há diversas instâncias e atividades  previstas no Projeto onde serão envolvidos atores de organizações que devem ser  influenciadas ou mobilizadas pelas recomendações que serão geradas no estudo,  incluindo os workshops, reuniões com o Conselho Consultivo, e consultas públicas.  

Triangulação de pesquisadores e de fontes  

O levantamento de dados primários e as análises preliminares serão conduzidas por  pesquisadores com pleno conhecimento das cadeias produtivas selecionadas, e  contará com diferentes interpretações argumentativas, embora o instrumento de  coleta seja o mesmo. O pesquisador que fará as análises e interpretações dos  casos deverá identificar possíveis vieses nas análises feitas pelos diferentes  pesquisadores. Além disso, deverá desenvolver argumentos fortes e imparciais  baseados nos dados empíricos para concluir o estudo e elaborar o conjunto de  recomendações para formuladores de políticas públicas na temática do Projeto.