Categorias
Conteúdos relacionados

Bioeconomia em destaque no Jornal da Ciência

Além de um editorial dedicado ao tema, a publicação trata, em oito artigos, dos aspectos econômicos, culturais e tecnológicos que se apresentam como desafios para a ciência na implantação de modelos de desenvolvimento baseados na biodiversidade.

O volume está disponível para download pelo link abaixo.

Categorias
Conteúdos relacionados

II Fórum PPBio. Destaques

Organizado pelo Idesam, coordenador do Programa Prioritário de Bioeconomia (PPbio) e o Conselho de Desenvolvimento Econômico, Sustentável e Estratégico de Manaus (Codese) o 2º Fórum Programa Prioritário de Bioeconomia, que integrou a programação da 3ª Feira do Polo Digital de Manaus 2021 trouxe como tema central desta edição: ‘Inovação e Investimentos para a Amazônia’.

Além dos painéis de debate com a participação do Ministério da Economia, Suframa, Ufam e Innovation Hub Israel Brazil, a programação abriu espaço para apresentação de cases de projetos de bioeconomia.

A integra das mesas está disponível em vídeo pelo canal dos organizadores do encontro

Em anexo o documento preparado por Elis Regina Monte Feitosa doutoranda da FEA/USP incorporando alguns destaques do 2′ Forum.

Categorias
Conteúdos relacionados

Da terra para lousa

Reprodução. Publicado no jornal da USP em 15/12/2021

Livro oferece atividades didáticas a partir de pesquisas arqueológicas na Amazônia

Museu de Arqueologia e Etnologia da USP e Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá levam informações sobre patrimônio arqueológico a comunidades ribeirinhas; e-book é gratuito e está disponível para download

Arqueóloga observa fragmento de cerâmica coletado na comunidade Ponta da Castanha, Flona Tefé – Foto: Bernardo Oliveira/Instituto Mamirauá

No interior do Estado do Amazonas, noroeste do Brasil, profissionais que dedicam suas vidas e estudos à arqueologia amazônica realizam escavações científicas e encontram os “cacos de índios”, assim chamados pela comunidade local. Desde 2001, pesquisadores do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP trabalham em parceria para armazenar os vestígios arqueológicos encontrados na região e socializar esse patrimônio. As ações deram origem a Arqueologia e conhecimentos tradicionais nas comunidades ribeirinhas: da terra para a lousa, disponível para leitura e download no Portal de Livros Abertos da USP. 

Na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã e na Floresta Nacional de Tefé, na região do Médio Solimões, comunidades escolares desejavam obter acesso aos dados produzidos “em  seus  quintais”, como forma de melhorar o ensino local e promover o desenvolvimento das novas gerações. “O livro foi gestado ao longo de quatro anos e  nasceu da vontade de professoras e professores que atuam no interior do Estado do Amazonas. O material tem foco na floresta amazônica, mas é uma ótima ferramenta para ser utilizada em qualquer parte do País”, afirma Maurício André da Silva, organizador e um dos autores. Ele descreve a publicação como uma maneira do grupo afirmar o compromisso da ciência com as pessoas e com a transformação social.

De acordo com os organizadores, a publicação é direcionada para trabalhadores da educação da rede básica de ensino (Ensino Infantil, Fundamental e Médio) em contextos comunitários no interior do Amazonas, especialmente nas comunidades ribeirinhas localizadas em Unidades de Conservação de Uso Sustentável. A arqueóloga Márjorie do Nascimento Lima, uma das organizadoras do livro e colaboradora do Laboratório de Arqueologia dos Trópicos, do MAE, destaca a importância de um material como este em um espaço marginal de educação. “Nas comunidades ribeirinhas que margeiam o grande rio Solimões é ainda mais difícil a chegada de recursos didáticos para o circuito escolar. Então, a proposta do livro também veio na tentativa de colaborar com essa lacuna, trazendo dados das pesquisas arqueológicas realizadas por nós ao longo dos últimos 7 anos ao menos”, conta. Apesar disso, a abordagem também atrai a leitura e a utilização de qualquer pessoa interessada no tema.

Livro explica etapas da pesquisa arqueológica – Foto: Reprodução MAE/USP

Por se tratar de uma área interdisciplinar, o estudo da arqueologia conta com contribuições da antropologia, história, biologia, geografia, física, química e artes. Não foi diferente com o livro. Produzido a muitas mãos, o conteúdo foi criado por especialistas que atuam na região por meio da etnobotânica, estudos iconográficos, cerâmicos, trabalhos de mapeamento social, antropológicos, entre muitos outros. De acordo com Silva, todos aceitaram o desafio de diálogo e de comunicação de seus trabalhos para um público mais amplo, resultando em textos que tocam diferentes temas. Com isso, a proposta da publicação é inspirar o trabalho de professores de qualquer campo do conhecimento. 

Após introduzir a arqueologia amazônica a partir das descobertas e pesquisas, os autores dedicam uma parte da obra para registrar as memórias e interações com as comunidades dos lagos Amanã e Tefé. A lembrança da vida nos seringais e a relação com o território revelam múltiplas identidades, além de modos singulares de vida e de manejo da natureza. O sumário é interativo, permitindo ao leitor acessar diretamente o capítulo desejado. 

Os autores oferecem, ainda, algumas dicas para trabalhar a temática em sala de aula. Na terceira e última parte, o livro propõe sequências didáticas que podem ser utilizadas em sala de aula, de acordo com a disciplina. O material é um recurso para conversar com membros da comunidade sobre a história do lugar e as pesquisas arqueológicas desenvolvidas. 

Esse material apresenta dados atualizados das pesquisas arqueológicas, do patrimônio cultural na floresta amazônica e indica os principais debates que ainda não adentraram o mercado editorial de livros didáticos. A compreensão sobre a história milenar de ocupação da floresta amazônica ainda é muito desconhecida pelo País, especialmente para nós, ‘sudestinos’”, diz. E indica uma das propostas do movimento: “Desconstruir os equívocos sobre a região e seus povos, para se apresentar uma floresta que carrega muitos conhecimentos”.

Arqueologia e conhecimentos tradicionais nas comunidades ribeirinhas: da terra para a lousa (2021)
Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE/USP) e Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá da Amazônia
Organização: Maurício André da Silva, Eduardo Kazuo Tamanaha e Márjorie do Nascimento Lima
Autores: Maurício André da Silva, Eduardo Kazuo Tamanaha, Márjorie do Nascimento Lima, Maria Tereza Vieira Parente, Carlos Augusto da Silva, Bruno Pastre Máximo, Carla Gibertoni Carneiro, Márcio Amaral, Patrícia Carvalho Rosa, Caetano Franco, Lísley Pereira Lemos, Mariana Cassino, Rubana Palhares Alves, Jaqueline da Silva Belletti, Kelly Brandão, Jaqueline Gomes, Rafael Cardoso de Almeida Lopes, Anne Rapp Py-Daniel, Silvia Cunha Lima, Erêndira Oliveira, Karina Nymara Brito Ribeiro.
Páginas: 120

Download: http://www.livrosabertos.sibi.usp.br/portaldelivrosUSP/catalog/view/699/622/2328 

Categorias
Conteúdos relacionados

Conciliação Ambiental e Desmatamento na Amazônia

Conciliação Ambiental e Desmatamento na Amazônia – Implicações e Desafios a partir de Evidências

O CPI/PUC-Rio, em parceria com o WWF, realizou o webinar de lançamento do trabalho “Conciliação Ambiental e Desmatamento na Amazônia”.


O webinar apresentou os principais resultados da pesquisa, as implicações e os desafios das mudanças legais no processo administrativo, assim como recomendações para o aprimoramento de políticas públicas de combate ao desmatamento na Amazônia.

Categorias
Conteúdos relacionados Videos

Agricultura regenerativa e suas perspectivas para a Amazonia

Fernando Russo, é administrador formado pela FEA-USP com MBA no INSEAD na França, gestor da Progresso FO e fundador do Meraki Impact, uma gestora de investimentos de impacto  na Holanda investindo em agricultura regenerativa e o futuro sustentável da comida. 

Categorias
Conteúdos relacionados

Bioeconomia no estado do Amazonas

Tatiana Schor é Secretária Executiva de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Amazonas. Graduada em Economia, mestrado em Geografia (Geografia Humana) e doutorado em Ciência Ambiental pela Universidade de São Paulo. É professora no Departamento de Geografia da Universidade Federal do Amazonas (UFAM).

Atuou como representante da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC no Amazonas.

Categorias
Conteúdos relacionados Meliponicultura

Meliponicultura no estado do Amazonas

Encontro para revitalização da Casa Familiar Rural, Boa Vista do Ramos, AM. Foto Sydnei Fogassa

A Nota Técnica de Bioeconomia nº 2/2021 – SECTI/SEDECTI/AM, trata de políticas públicas para desenvolvimento da meliponicultura no Amazonas. O texto descreve a rede de conhecimento produtivo, os marcos regulatórios para o licenciamento ambiental da atividade, informações técnicas sobre a produção, além da análise do processo de beneficiamento e comercialização, bem como aspectos legais da meliponicultura no estado. 

Categorias
Conteúdos relacionados

Relatório SPA. Painel Científico para a Amazônia

O Relatório SPA Painel Científico para a Amazônia, que contou na sua coordenação com Adalberto Val propõe soluções, focadas em três pilares: preservação ambiental, desenvolvimento de uma bioeconomia sustentável e reforço dos laços entre as populações amazônicas, com criação de entidades supranacionais.

O SPA desenvolve a visão de uma Amazônia viva que avança com iniciativas de restauração e uma transformação para uma nova bioeconomia dinâmica querespeita e reconhece os ciclos da natureza e os direitos humanos.

Baixe o Sumário Executivo no site do SPA

Comunicado à imprensa divulgado pelo SPA

Fonte: http://www.abc.org.br/2021/09/23/painel-cientifico-amazonia-sumario-executivo/

Categorias
Conteúdos relacionados Seminários Videos

Triple Helix Conference 2021

Participação dos pesquisadores do projeto Bioeconomia na conferência internacional Triple Helix em 17 de junho de 2021.

  • 00:00 Introdução , Jacques Marcovitch – USP
  • 05:41 Bioeconomy Project, Adalberto Luis Val – INPA
  • 13:36 Bioactive compounds, Glaucia Maria Pastore – Unicamp
  • 20:00 Forestry for the recovery of altered areas, Mario Tomasiello – ESALQ e Marciel José Ferreira – UFAM
  • 29:07 Production chains of juvenile matrinxã, Sergio Ricardo Batlouni-UNESP
  • 37:24 Phytotherapic Chain Project, Rosana Corazza -Unicamp
  • 29:20 Summary, Jacques Marcovitch – USP
Categorias
Conteúdos relacionados Notícias Seminários

O conceito de Bioeconomia no contexto amazônico

Reprodução. Jornal da FEA.
Cacilda Luna

Paulo Moutinho, cofundador do IPAM, durante o I Workshop de Bioeconomia INPA/USP

O cofundador do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), Paulo Moutinho, disse que existe um “paradoxo” sobre o conceito de bioeconomia e defendeu uma discussão para se definir o sentido do termo que se quer adotar dentro do contexto amazônico. Segundo ele, “há uma profusão cada vez mais rápida de conceitos diferentes, cujo efeito de grande guarda-chuva pode matar todo o potencial da bioeconomia e do seu desenvolvimento, especialmente na região amazônica”. Moutinho participou do I Workshop de Bioeconomia, promovido pela FEAUSP em conjunto com o INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), com o objetivo de discutir formas sustentáveis para a geração de emprego, renda e bem-estar na Amazônia. O evento foi coordenado pelo professor Jacques Marcovitch (FEAUSP).

O pesquisador sênior do IPAM afirmou que temos de “fugir da maquiagem” e fazer algo transformador, caso contrário estaremos colocando o prefixo “bio” na frente de todo tipo de economia desenvolvida na região amazônica. “Já escutei que produção de soja transgênica é uma expressão da bioeconomia, assim como uma atividade produtiva livre de fósseis, uma produção sustentável de madeira, ou mesmo o aumento de produtos florestais amazônicos. E temos outras coisas bem estranhas: a produção de óleo em terra indígena é bioeconomia porque traz royalties para os índios continuarem a ter o modo de vida preservado e seus direitos preservados”.

Paulo Moutinho citou como principal exemplo do uso inadequado do termo aquele que é considerado o ícone da bioeconomia da Amazônia: o açaí. Ele lembrou que houve uma supervalorização da produção do fruto nos últimos anos, superando até a rentabilidade da carne e da soja. Mas destacou que é necessário definir qual tipo de produção de açaí queremos qualificar como bioeconomia.

O cofundador do IPAM alertou que existe hoje uma série de métodos de produção de açaí, cuja demanda crescente estaria destruindo, em grande parte, o modo de produção tradicional dos ribeirinhos, resultando no que ele chamou de “açaização da paisagem amazônica”. Moutinho citou como principais métodos de produção a “produtivista” e a “conservacionista”. “A produtivista aumenta realmente a produção de açaí em duas ou três vezes, mas há um custo de redução de 50% da riqueza florística onde esse açaizal está implementado”, analisou o pesquisador.

Paulo Moutinho acredita que “não basta ter um produto ou uma cadeia de valor estruturada, produzindo algo que sai da floresta ou da região amazônica, para chamá-los de bioeconomia. Falar em açaí como sinônimo de bioeconomia é algo que a gente precisa se aprofundar mais”. Disse que não estava trazendo a solução para o problema, mas levantando pontos importantes para conceituar a bioeconomia amazônica e identificar as premissas fundamentais para o desenvolvimento sustentável da região.

Workshop: prioridades para o estudo da bioeconomia

A abertura do Workshop de Bioeconomia teve a participação do diretor da FEAUSP Fábio Frezatti, do diretor científico da FAPESP Luiz Eugênio Mello, além de Carlos Roberto Bueno (Fundação Amazônia Sustentável), Paulo Moutinho (IPAM) e Eduardo Coelho Cerqueira (UFPA). Os especialistas apresentaram as prioridades para o estudo da bioeconomia na Amazônia.

O pesquisador do IPAM, Paulo Moutinho, apontou o “desmatamento zero” como a principal prioridade. “Não há mais como avançar qualquer ação de bioeconomia onde se tenha, com muito poucas exceções, o avanço do desmatamento, seja ele ilegal ou legal. Caso contrário, a própria bioeconomia não se viabilizará”. Também defendeu uma distribuição justa de benefícios: “Se não falarmos disso não teremos uma bioeconomia para a Amazônia: benefícios para quem, para quê e em que escala isso deve ser feito”.

Outros pilares fundamentais apontados por Paulo Moutinho foram o fortalecimento das dinâmicas socioeconômicas e culturais no território, além do respeito e a inclusão dos saberes ancestrais. “É preciso ter humildade e reconhecer os saberes ancestrais, especialmente dentro do processo de produção tradicional”.

Há mais de 40 anos trabalhando na região amazônica, o biólogo e pesquisador do INPA Adalberto Luís Val disse que é errado falar em diversidade na Amazônia no singular, enquanto existem diversos aspectos a serem considerados, além da questão biológica, para a discussão de ações que envolvem a bioeconomia da região. Segundo ele, a diversidade na Amazônia é bastante complexa e abrange outras áreas essenciais citando entre elas a diversidade ambiental, geológica, química e cultural.

Adalberto Val afirmou que o debate sobre a bioeconomia da Amazônia deve levar em conta a “sensibilidade ambiental”. No seu entender, quanto maior a biodiversidade, menor é a densidade de ocorrência de organismos nessas áreas. “Quando estamos pensando em cadeias de valor, em inclusão social e geração de renda, a intervenção ambiental precisa ser pensada com todo o cuidado. Exportar material da Amazônia com custos ambientais significa ter impactos em outros segmentos econômicos extremamente importantes. Quando desmatamos para ter uma monocultura no lugar, significa termos menos serviços ambientais”.

O professor Jacques Marcovitch, da FEAUSP, levantou questões que considera importantes para o debate da bioeconomia da Amazônia. Destacou, entre elas, como centrar o desenvolvimento na dimensão humana e na sustentabilidade ambiental; como promover a capacitação e recapacitação de pessoas para a construção da nova era; como a transição digital torna possível uma economia mais inclusiva e mais resiliente; como a transição digital pode reduzir a informalidade, a própria ilicitude via as novas tecnologias; e como fazer da retomada econômica o espaço de oportunidade tanto na dimensão tecnológica quanto na dimensão da sustentabilidade, sempre colocando a dimensão humana no centro do processo.

Segundo ele, a região amazônica coloca imensos desafios nesse momento para os pesquisadores, para o Brasil e para a humanidade. Marcovitch disse que a crise sanitária aumentou as desigualdades na região, houve deterioração das condições e trabalho e renda, e vivenciamos hoje “profundas mudanças na nova era”, onde despontamos como “construtores” e não como “objetos”.

O professor Jacques Marcovitch enalteceu, ainda, o trabalho da FEAUSP e da FAPESP como instituições que estão sendo desafiadas a pensar novos caminhos para a Amazônia. Marcovitch é o pesquisador responsável pelo projeto Bioeconomia – Estudos das cadeias de valor no Estado do Amazonas, pela FEAUSP/FAPESP. Informações sobre o projeto estão no site https://bioeconomia.fea.usp.br/Data do Conteúdo: Terça-feira, 3 Agosto, 2021