Autor: pbelasco

  • Bioeconomia na Amazônia a caminho da COP 30

    Programa

    As transformações no mundo e o lugar do Brasil.  

    Rubens Barbosa, Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior

    Amazônia: desafios e perspectivas.

    Carlos Lazary, Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (2019-2024)

    Dinâmica agrária e desenvolvimento sustentável na Amazônia

    Danilo Araújo Fernandes, Universidade Federal do Pará

    Docentes responsáveis: Jacques Marcovitch e Maria Sylvia M. Saes.

    LocalAuditório FUNCADI, Biblioteca da FEA/USP
    Av. Prof. Luciano Gualberto, 908, Butantã, São Paulo, 05508-010

    OrganizaçãoProjeto Bioeconomia/FAFESP/CNPq  

    Docentes responsáveis: Jacques Marcovitch e Maria Sylvia M. Saes | Grupo de Pesquisa 

    Outras informações pelo e-mail do projeto Bioeconomia mudarfuturo@usp.br

  • Análise da produção científica sobre Pirarucu

    O pirarucu (Arapaima gigas) é um peixe nativo da bacia amazônica. Ele desempenha um papel essencial na segurança alimentar e na manutenção da biodiversidade. Na década de 1970, pesquisadores classificaram a espécie como ameaçada de extinção devido aos efeitos deletérios da pesca excessiva. O avanço dos projetos de criação de peixes para produção e manejo em larga escala em áreas protegidas tem sido uma força motriz significativa por trás da pesquisa científica.

    Este estudo pioneiro analisa a literatura global, artigos científicos por meio da plataforma Scopus, e o interesse nacional por meio de projetos de pesquisa registrados na plataforma Lattes. Os autores empregam técnicas de coleta e organização de dados, incluindo ciência de redes e análise de modelagem de tópicos. A pesquisa brasileira é proeminente,
    com cientistas liderando projetos nacionais e se classificando entre os mais produtivos na Scopus. Além disso, as instituições brasileiras financiam a maioria das pesquisas na Scopus. As principais áreas de estudo se concentraram na compreensão dos aspectos biológicos e tecnológicos, especialmente aqueles relacionados à reprodução. Os circuitos de pesquisa nacionais referem-se principalmente à pesquisa aplicada. Os resultados apresentados aqui ilustram a importância da realização de pesquisas em países
    periféricos para atender às preocupações nacionais. Apesar do conhecimento limitado dessas descobertas além do contexto local, elas oferecem percepções substanciais para o desenvolvimento de estratégias locais.

    Saes, M. S. M., Souza, R. F., Feitosa, E. R. M., Val, A. L., & Marcovitch, J. (2025). When periphery matters: a
    computational analysis through network science and topic modeling of the scientific production on Pirarucu. Revista de
    Economia e Sociologia Rural, 63, e284419. https://doi.org/10.1590/1806-9479.2025.284419

  • Perspectivas de mercado para o tambaqui

    A aquicultura se consolidou como alternativa a redução dos estoques naturais de peixes e atualmente o total produzido supera a pesca extrativa. O trabalho analisou parâmetros
    biométricos, rendimentos, fator de condição, estimativas do custo de produção e valor de mercado de tambaquis (Colossoma macropomum) com peso até 500 g produzidos em
    unidade de cultivo com recirculação de água (Santarém) e unidade de cultivo em barragem (Mojuí dos Campos), objetivando oferecer indicadores para uma nova
    oportunidade de mercado. Os tambaquis foram beneficiados em laboratórios da Universidade Federal do Oeste do Pará – UFOPA e os dados analisados com ferramentas da estatística descritiva e inferencial. O comprimento total de 149 exemplares variou de 15,30 a 30,00 cm e o peso total de 49,00 a 443,00 g. Equações peso-comprimento robustas indicaram crescimento diferenciado entre os locais de cultivo.

    Os rendimentos no processamento foram superiores para os tambaquis cultivados em barragem por serem mais magros e o fator de condição da unidade com recirculação, ambos estatisticamente diferentes. O custo de produção estimado variou de R$ 4,50/kg a R$ 8,90/kg e o valor de mercado de R$ 5,50/kg a R$ 10,00/kg, com ciclo produtivo que pode viabilizar ganhos de R$ 1.890,00 a R$ 3.970,00/ton. com perspectiva de 2 ou mais ciclos/ano. Apesar do melhor rendimento para os tambaquis cultivados na barragem, os cultivados na unidade com recirculação obtiveram um ganho de 2,46 vezes superior, o que indica que o sistema de cultivo e o manejo do plantel afetam positivamente o desempenho zootécnico e econômico.

    REVISTA CARIBEÑA DE CIÊNCIAS SOCIALES, Miami, v.13, n.12, p.01-23. 2024. ISSN 2254-7630

  • Segurança alimentar, sustentabilidade e inclusão dos povos tradicionais e seus saberes


    Fazer uma transição para uma bioeconomia sustentável pode nos ajudar a avançar em direção a um futuro de baixo carbono, onde somos menos dependentes de combustíveis e materiais derivados de recursos fósseis não renováveis ​​e desempenhará um papel crítico no cumprimento de compromissos internacionais para abordar urgentemente as mudanças climáticas e a perda de biodiversidade. Também pode contribuir para atingir muitos dos outros objetivos e metas de desenvolvimento consagrados nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e outros acordos multilaterais sobre segurança alimentar e nutrição, redução da pobreza e desigualdade.

    A FAO tem muito a oferecer em discussões sobre bioeconomia. A produção agrícola e pecuária, a pesca e a aquicultura e a silvicultura geram a biomassa e os recursos biológicos que fornecem a base de uma bioeconomia sustentável. Os setores agrícolas também desempenharão um papel central em garantir que a biomassa possa circular de forma constante por toda a bioeconomia de maneiras que otimizem o uso de recursos biológicos. Os complexos e diversos sistemas agroalimentares que produzem, processam e distribuem alimentos, rações, fibras, combustível e outros produtos dos quais todos nós dependemos claramente precisarão estar no topo da agenda em quaisquer discussões sobre como avançar em direção a uma bioeconomia sustentável.

    A bioeconomia deve ser vista como um motor para transformar os sistemas agroalimentares para que se tornem mais eficientes e produtivos, equitativos e resilientes, e apoiem a saúde do ecossistema.

    FAO. 2024. Bioeconomy for sustainable food and agriculture: a global opportunity – Position paper. Rome. https://doi.org/10.4060/cd1976en

  • Pesquisadores apontam riscos às cadeias de valor da Amazônia

    Pesquisadores de universidades das regiões Sudeste, Norte e Nordeste identificaram gargalos que impactam as cadeias de valor na Amazônia – ciclo produtivo que vai da colheita até a comercialização e distribuição dos produtos da floresta. Um dos principais problemas encontrados é a contaminação das águas dos rios devido à mineração ilícita de ouro, o que afeta a produção do pirarucu e traz graves consequências para a saúde das comunidades e povos que consomem esse pescado.

    Neste novo Podcast Humanamente, Jacques Marcovitch, professor da Faculdade de Economia e Administração da USP, coordenador do estudo, fala sobre esses entraves que impactam a qualidade de vida da população que produz esses produtos.

    Ouça o Podcast

    Ficha técnica

    Apresentação e produção: Paulo Bellardi
    Sonorização: Gilberto Vianna
    Revisão de texto: Rodrigo de Oliveira Andrade
    Edição executiva: Washington Castilhos
    Coordenação: Luisa Massarani

    Publicado na Revista Humanamente da Fiocruz

  • Comunidades amazônicas colhem a menor parte dos lucros da bioeconomia

    Comunidades amazônicas colhem a menor parte dos lucros da bioeconomia

    Apesar de seu papel fundamental na geração de renda a partir da floresta em pé, essas comunidades continuam a colher a menor parte dos lucros, de acordo com um novo livro.

    Os povos tradicionais precisam de mais financiamento, melhor acesso à energia e melhores estradas para colocar seus produtos no mercado.

    Leia comentário publicado sobre o Livro Bioeconomia para quem? A matéria é em inglês no site Mongabay.

  • Amazônia de agora e do futuro: Sustentabilidade, Tecnologia e Capital Humano

    Amazônia de agora e do futuro: Sustentabilidade, Tecnologia e Capital Humano

    Brasil Amazônia Agora
    Alfredo Lopes, 9 de dezembro de 2024

    Além do empreendedorismo e do desenvolvimento sustentável na Amazônia, são abordadas visões e experiências sobre os entraves e oportunidades para desenvolver a região amazônica.

    A entrevista discute o papel essencial da ciência e tecnologia na criação de alternativas econômicas, a diversificação produtiva, a recuperação de áreas degradadas e os desafios logísticos e sociais da região.

    Finalmente, reflete sobre o equilíbrio necessário entre desenvolvimento econômico e proteção ambiental, deixando mensagens inspiradoras para empreendedores que desejam atuar na Amazônia.

    Leia a entrevista na íntegra

  • Formação comunitária – RDS Mamirauá

    Formação comunitária – RDS Mamirauá

    Curso de Capacitação de Manejadores de Pirarucu, que está sendo realizado na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) de Mamirauá. Parceria do Grupo de Pesquisa em Bioeconomia da USP, a Fundação José Luiz Egydio Setúbal, a GIZ e professores da Universidade do Estado do Amazonas.

    Depoimento de Edson Carlos Gonçalves de Souza, comunitário da RDS Mamirauá e coordenador da Fundação Amazônia Sustentável (FAS)

  • Abelhas nativas amazônicas e polinização do cacau

    O cacau (Theobroma cacao) é um negócio multibilionário. Essa cultura tropical depende muito da polinização animal para o desenvolvimento dos frutos e a produção de sementes. A falta ou a ineficiência dos polinizadores naturais nas plantações de cacau levou os agricultores a buscar alternativas, como a trabalhosa polinização manual.

    Uma alternativa até agora não testada, que tem recebido cada vez mais atenção nos últimos anos, é a polinização direcionada de culturas por meio de abelhas nativas manejadas. No entanto, devido à pequena dimensão das flores do T. cacao, bem como às barreiras estruturais que impedem o acesso de insetos grandes ao estigma, apenas abelhas minúsculas podem ser uma opção viável para a polinização direcionada do cacau. No presente estudo, investigamos se as pequenas abelhas sem ferrão (Apidae, Meliponini) poderiam ser consideradas como polinizadores gerenciados da cultura do cacau, especialmente em agroflorestas sombrias.

    Entre as 188 espécies de meliponíneos nativas da região amazônica brasileira, que compreende uma parte importante do centro de origem de T. cacao, selecionamos 52 espécies com base em critérios morfológicos (distância intertegular ≤ 1,4 mm; comprimento do corpo: 2,2-6,0 mm). Importantes para a produção de cacau, alguns desses Meliponini têm ampla distribuição geográfica, ocorrendo tanto no centro de origem da T. cacao quanto fora dele (centros de produção de cacau no Brasil: Pará: 35 spp., Bahia: 10 spp.).

    Presumivelmente, todas as espécies podem estar ativas em níveis de iluminação abaixo daqueles encontrados em plantações de cacau muito sombreadas, pelo menos nos momentos em que as anteras apresentam deiscência total e durante a receptividade máxima do estigma. O potencial das abelhas para forragear em regimes de luz reduzida é corroborado pela constatação de que entre 20 e 60% das fontes de alimento exploradas naturalmente são vegetação rasteira, incluindo ervas, subarbustos, arbustos e cipós.

    Muitos dos Meliponini selecionados constroem seus ninhos, pelo menos facultativamente, em cavidades de árvores, o que facilita sua transferência para colmeias racionais e, portanto, o uso de colônias gerenciadas na polinização direcionada de culturas. As próximas etapas importantes para validar o potencial dessas pequenas abelhas sem ferrão na polinização direcionada do cacau devem incluir estudos detalhados sobre seu comportamento de forrageamento e capacidade de aprendizagem olfativa.

    O artigo publicado na revista Frontier pode ser consultado em: https://www.frontiersin.org/journals/bee-science/articles/10.3389/frbee.2024.1357811/full