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Abelhas nativas amazônicas e polinização do cacau

O cacau (Theobroma cacao) é um negócio multibilionário. Essa cultura tropical depende muito da polinização animal para o desenvolvimento dos frutos e a produção de sementes. A falta ou a ineficiência dos polinizadores naturais nas plantações de cacau levou os agricultores a buscar alternativas, como a trabalhosa polinização manual.

Uma alternativa até agora não testada, que tem recebido cada vez mais atenção nos últimos anos, é a polinização direcionada de culturas por meio de abelhas nativas manejadas. No entanto, devido à pequena dimensão das flores do T. cacao, bem como às barreiras estruturais que impedem o acesso de insetos grandes ao estigma, apenas abelhas minúsculas podem ser uma opção viável para a polinização direcionada do cacau. No presente estudo, investigamos se as pequenas abelhas sem ferrão (Apidae, Meliponini) poderiam ser consideradas como polinizadores gerenciados da cultura do cacau, especialmente em agroflorestas sombrias.

Entre as 188 espécies de meliponíneos nativas da região amazônica brasileira, que compreende uma parte importante do centro de origem de T. cacao, selecionamos 52 espécies com base em critérios morfológicos (distância intertegular ≤ 1,4 mm; comprimento do corpo: 2,2-6,0 mm). Importantes para a produção de cacau, alguns desses Meliponini têm ampla distribuição geográfica, ocorrendo tanto no centro de origem da T. cacao quanto fora dele (centros de produção de cacau no Brasil: Pará: 35 spp., Bahia: 10 spp.).

Presumivelmente, todas as espécies podem estar ativas em níveis de iluminação abaixo daqueles encontrados em plantações de cacau muito sombreadas, pelo menos nos momentos em que as anteras apresentam deiscência total e durante a receptividade máxima do estigma. O potencial das abelhas para forragear em regimes de luz reduzida é corroborado pela constatação de que entre 20 e 60% das fontes de alimento exploradas naturalmente são vegetação rasteira, incluindo ervas, subarbustos, arbustos e cipós.

Muitos dos Meliponini selecionados constroem seus ninhos, pelo menos facultativamente, em cavidades de árvores, o que facilita sua transferência para colmeias racionais e, portanto, o uso de colônias gerenciadas na polinização direcionada de culturas. As próximas etapas importantes para validar o potencial dessas pequenas abelhas sem ferrão na polinização direcionada do cacau devem incluir estudos detalhados sobre seu comportamento de forrageamento e capacidade de aprendizagem olfativa.

O artigo publicado na revista Frontier pode ser consultado em: https://www.frontiersin.org/journals/bee-science/articles/10.3389/frbee.2024.1357811/full

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Diálogos amazônicos

Lançado em 14 de novembro de 2023, a publicação consolida uma série de iniciativas, estudos e projetos que ajudam a entender os desafios da região amazônica.

Mais informações no site da Fapesp

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Conteúdos relacionados Pirarucu

Criadouros peruanos inspiram modelos de manejo do Pirarucu na Amazônia

O desempenho produtivo foi avaliado tendo por base fatores que incluem;  sobrevivência dos alevinos, taxa de conversão alimentar, peso médio final, comprimento médio final, taxa de crescimento específico, ganho em peso e produtividade. Foram também incluídos no modelo o investimento incremental, custos, indicadores e a viabilidade da produção.

Trata-se de um modelo produtivo que almeja aumentar a renda dos pequenos produtores por meio da diversificação de sua produção.

Uma análise realizada por pesquisadores brasileiros e peruanos que contribui para o estudo da cadeia de valor do pirarucu na Amazônia. 

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Conteúdos relacionados Notícias Seminários

Avaliação da Cúpula da Amazônia

A Cúpula da Amazônia reuniu pela quarta vez chefes de Estado e representantes dos países da OTCA (Organização do Tratado de Cooperação Amazônica).  A declaração firmada em 08 de agosto de 2023 registra a agenda conjunta de ações firmada pelos países da OTCA.  

Para avaliar os resultados e impactos da Cúpula da Amazônia, o Projeto Bioeconomia reuniu em 16 de agosto de 2023 os pesquisadores Adalberto Luís Val (INPA), José Augusto Lacerda Fernandes (UFPa) e João Meirelles Filho (Instituto Peabiru de Belém) para compartilhar sua análise e comentários sobre os seguintes temas:

  • 1.Contexto da Cúpula da Amazônia 2023
  • 2.Principais resultados da Cúpula da Amazônia 2023
  • 3. Impactos da Cúpula da Amazônia 2023
  • 4. Monitoramento dos impactos: metricas e indicadores
  • 5. Como preparar a COP 30?  Como construir o futuro ?

A Declaração da Cúpula da Amazônia inclui, entre outros princípios e compromissos, a institucionalização de novas inciativas como a Aliança Amazônica de Combate ao Desmatamento, o Observatório de Mulheres Rurais para a Amazônia; o Observatório da Situação de Defensores de Direitos Humanos, do Meio Ambiente e de Povos Indígenas; e a Rede de Inovação e Difusão Tecnológica da Amazonia.

O tema Economia para o desenvolvimento sustentável consta dos itens 71 a 84 da Declaração da Cúpula da Amazônia

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Visões sobre bioeconomia na Amazônia

Diante da ampla diversidade territorial da Amazônia, a Embrapa identifica atores que estão participando da construção da bioeconomia na região.

O texto oferece visões e abordagens distintas para a bioeconomia na Amazônia. A partir dessas visões, são analisados os riscos e oportunidades da bioeconomia para o desenvolvimento sustentável da Amazônia.

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Conteúdos relacionados Entrevistas Podcasts

Amazônia e negócios: Perspectivas e práticas para uma postura consciente

Um novo ecossistema de negócios está sendo pensado e desenvolvido na Amazônia com o objetivo de preservar o meio ambiente e, ao mesmo tempo, promover o desenvolvimento socioeconômico da região, gerando emprego, renda e bem-estar para a população local.
Esse ecossistema faz parte de uma nova economia baseada em soluções sustentáveis que têm como foco principal a natureza. Essa abordagem considera uma visão integrada que engloba pessoas, infraestrutura, bioeconomia, agropecuária sustentável, ordenamento territorial e soluções sustentáveis.

Para alcançar esse objetivo, é necessário ter uma agenda de negócios que compreenda os riscos, busque oportunidades e desenvolva uma infraestrutura adequada para sustentar o crescimento desse ecossistema. Além disso, é fundamental envolver lideranças e conselheiros para garantir o engajamento nesse processo.
Mas como está o panorama atual da região? E como podemos desenvolver todas essas iniciativas? Neste episódio, Vanessa Pinsky, consultora especialista em ESG e membro da comissão de sustentabilidade do IBGC, e Bruno Aranha, especialista em sustentabilidade, irão responder a essas questões.

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Método e indicadores para a bioeconomia inclusiva na Amazônia 

Artigo publicado no Journal Sustainability defende que a bioeconomia deve incentivar atividades econômicas que preservem a biodiversidade e fortaleçam as comunidades locais, promovendo seu bem-estar e diversidade cultural. Seus autores, pesquisadores associados ao Projeto Bioeconomia, propõem um método e indicadores  de avaliação.

Para uma validação inicial da abordagem, o método  foi aplicado à cadeia de valor do pirarucu (Arapaima gigas) na Amazônia brasileira. O estudo mostra que as pescarias gerenciadas são viáveis e trazem benefícios socioeconômicos, mas ainda existem desafios em relação à renda complementar, atratividade para as comunidades locais e falhas institucionais.

Como citar

Saes, M. S. M., Saes, B. M., Feitosa, E. R. M., Poschen, P., Val, A. L., & Marcovitch, J. (2023). When Do Supply Chains Strengthen Biological and Cultural Diversity? Methods and Indicators for the Socio-Biodiversity Bioeconomy. Sustainability, 15(10), 8053. https://www.mdpi.com/2071-1050/15/10/8053


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A bioeconomia da Amazônia: Além do uso de produtos florestais

Em artigo publicado na revista International Society for Ecological Economics (ISEE), Bergamo, D., Zerbini, O., Pinho, P., & Moutinho, P. discutem a complexidade envolvendo o debate sobre a bioeconomia amazônica.

Para que as atuais e futuras iniciativas possam contribuir para a construção de um futuro verdadeiramente sustentável, faz-se necessário que se comprometam
com uma série de princípios orientadores.

Ao longo do artigo, quatro aspectos são apontados:

(i) desmatamento zero,
(ii) diversificação dos métodos de produção,
(iii) fortalecimento de práticas milenares amazônidas, e
(iv) repartição justa dos benefícios.

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Bioeconomia no estado do Amazonas

Tatiana Schor é Secretária Executiva de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Amazonas. Graduada em Economia, mestrado em Geografia (Geografia Humana) e doutorado em Ciência Ambiental pela Universidade de São Paulo. É professora no Departamento de Geografia da Universidade Federal do Amazonas (UFAM).

Atuou como representante da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC no Amazonas.