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DNA ambiental para identificação de espécies aquáticas

Este texto foi originalmente publicado por Agência FAPESP de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original aqui.

André Julião | Agência FAPESP – Uma expedição científica pela bacia do rio Javari, na fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru, mostrou ser viável usar o chamado sequenciamento de DNA ambiental para investigar a diversidade de peixes da Amazônia. O método consiste em extrair as moléculas de DNA presentes em amostras de água para depois avaliar, por meio de marcadores genéticos, a quais espécies pertencem.

Publicado na revista Scientific Reports, o estudo também abordou as limitações atuais da técnica para o estudo de ambientes altamente diversos, como o amazônico.

“Precisamos continuar capturando e identificando os animais pelos métodos tradicionais para criar bibliotecas de material genético. Elas servirão de referência para comparar com o que for encontrado nas amostras de água. Com os avanços da técnica, é possível que em alguns anos possamos saber todos os peixes presentes num lugar sem capturá-los”, diz Carlos David de Santana, pesquisador associado do Museu Nacional de História Natural da Smithsonian Institution, nos Estados Unidos, e primeiro autor do estudo.

O trabalho integra o projeto “Diversidade e evolução de Gymnotiformes”, apoiado pela FAPESP e coordenado por Naércio Menezes, professor do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZ-USP). “A extração do DNA de amostras de água cria uma expectativa extremamente favorável à preservação do meio ambiente, pois os meios usuais de coleta de amostras de animais que vivem no ambiente aquático incluem uso de redes e outros apetrechos de pesca, que acabam causando impactos”, explica Menezes, coautor do artigo.

Durante 18 dias, o grupo de pesquisadores percorreu toda a bacia do rio Javari. Em três dos 46 pontos onde ocorreram as coletas de peixes foram colhidas amostras de água. No total, a coleta resultou no surpreendente número de 443 espécies capturadas, sendo mais de 60 delas novas para a ciência.

Nos pontos em que o DNA ambiental foi coletado, 201 espécies foram capturadas pelos métodos tradicionais. A análise do DNA ambiental, porém, só deu conta de identificar com precisão (em nível de espécie) 58 (26%) das amostras.

“Uma das explicações para isso é a falta de material genético de referência em bancos de dados que possa servir de comparação. Nessa localidade em particular, porém, havia ainda o fato de muitas espécies serem completamente novas, desconhecidas mesmo pelos métodos tradicionais de identificação”, explica Gislene Torrente-Vilara, professora do Instituto do Mar da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em Santos, outra coautora do estudo.

A pesquisadora liderou a expedição como parte do projeto Amazon Fish, apoiado pela FAPESP, que resultou numa nova compreensão da distribuição das espécies de peixes da Amazônia (leia mais em: agencia.fapesp.br/31621).

DNA em 100 mililitros de água

Para sequenciar o DNA ambiental, os pesquisadores primeiro coletaram amostras de 100 mililitros de água em cada um dos três pontos predeterminados. A água passou por um filtro através de uma seringa e, então, foi misturada a uma solução que impede que o DNA se degrade.

Atualmente, para identificar espécies de peixe presentes no DNA ambiental, o marcador genético mais utilizado no mundo é um fragmento do DNA mitocondrial conhecido como 12S. Para encontrar essa pequena parte do código genético na água, os pesquisadores utilizaram kits de extração de DNA tanto para sangue quanto para tecidos. Excrementos ou qualquer parte do animal que estiverem na água podem ser “capturados” pela técnica.

O 12S, no entanto, é um trecho do código genético com uma evolução lenta. Por isso, possivelmente, não dará conta de identificar todos os peixes no nível de espécie, uma vez que na Amazônia muitas divergiram em mais de uma poucos milhões de anos atrás, o que é considerado recente em termos evolutivos.

Também por esse motivo, o DNA ambiental foi capaz de fazer um retrato preciso apenas das ordens de peixes presentes nas amostras. Além disso, foi possível diferenciar as comunidades presentes em rios daquelas que habitam os igarapés, riachos que adentram a mata.

Com a maior diversidade desses animais de água doce no mundo, a Amazônia contabiliza 18 ordens, subdivididas em 60 famílias. São mais de 500 gêneros e um número superior a 2.700 espécies.

“Mesmo com uma biblioteca adequada será muito difícil conseguir identificar tudo ao nível de espécie com apenas esse marcador. Dois poraquês que divergiram recentemente, por exemplo, Electrophorus voltai e E. electricus, poderão aparecer como uma única espécie”, conta Santana (leia mais sobre as espécies de poraquê em: agencia.fapesp.br/31422).

Nos próximos anos, contudo, espera-se que a técnica tenha avançado a ponto de ser possível sequenciar mais de um trecho de DNA simultaneamente e então definir com precisão as espécies. Até lá, é preciso criar as bibliotecas genéticas de referência. Santana acrescenta que pretende catalogar material genético de pelo menos todas as famílias de peixes amazônicos e da maior parte dos gêneros.

Nesse contexto, os autores ressaltam que os museus de história natural são as instituições ideais para criar as bibliotecas genéticas de referência e armazenar amostras do ambiente. À medida que as tecnologias avançarem, o material depositado poderá ser sequenciado com precisão cada vez maior.

“Os museus buscam preservar amostras da biodiversidade por longuíssimos horizontes temporais, disponibilizando-as para serem estudadas por gerações futuras. Para manter material genético viável por tão longo tempo, porém, essas instituições precisam implantar ou expandir significativamente suas crioinstalações, com readequações de seus espaços físicos e aquisição maciça de equipamentos como ultra freezers e tanques de nitrogênio líquido”, conclui Aléssio Datovo, coautor do estudo e curador de peixes do MZ-USP. A instituição foi a primeira no Brasil a depositar amostras de DNA ambiental.

A técnica tem ainda potencial para realização de monitoramento ambiental e mesmo para engajar escolas e comunidades ribeirinhas na conservação do meio ambiente, por meio de programas de ciência cidadã (leia mais em: agencia.fapesp.br/36745).

O artigo The critical role of natural history museums in advancing eDNA for biodiversity studies: a case study with Amazonian fishes pode ser lido em: www.nature.com/articles/s41598-021-97128-3.
 

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Cacau

Agronegócio do Cacau: Produção, Transformação e Oportunidades

Estudo “Agronegócio do Cacau: Produção, Transformação e Oportunidades” realizado pela Fiesp, com apoio de Aipc – Associacao Nacional Das Industrias Processadoras De Cacau e ABICAB – Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas, lançado em 28 de agosto, mostra os resultados de desempenho de todos os elos da cadeia produtiva, através de gráficos e análises baseadas em dados recentes. O estudo, que pode ser acessado na íntegra também apresenta os desafios atuais enfrentados pelos produtores e indústrias, e as diversas oportunidades existentes no mercado interno.


O Departamento do Agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo realizou este trabalho minucioso de compilação, sistematização, organização e cruzamento de diferentes dados estatísticos dispersos, de fontes públicas e privadas, internas e estrangeiras, com o intuito de contribuir com essa proeminente cadeia produtiva do agronegócio, com relevante base industrial instalada no Brasil e com potencial de crescimento.

Foram consultadas bases de dados e pesquisas analíticas de fontes oficiais e públicas, com destaque para o Censo Agropecuário, Produção Agrícola Municipal (PAM), o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) e a Pesquisa Industrial Anual (PIA), todas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para o comércio internacional, sob a ótica brasileira, usamos os números da Comex Stat.

O consumo interno brasileiro foi observado a partir da equação da produção somada a importação, subtraída a exportação. No caso da distribuição do consumo por categoria de produtos adotamos as informações da Pesquisa de Orçamentos Familiares – POF, do IBGE, que foram sistematizadas e fornecidas pela área de Inteligência de mercado do Departamento de Competitividade e Tecnologia (Decomtec-Fiesp), que nos permitiu analisar as informações mais recentes sobre o perfil do consumo de chocolates no varejo pelos brasileiros, em valor do dispêndio.

Também adotamos dados do setor privado, como os da Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC) e da Associação Brasileira das Indústrias de Chocolate, Amendoim e Balas (ABICAB).

Base de dados e pesquisas internacionais também foram utilizadas, com destaque para a base da International Cocoa Organization (ICCO), do Banco Mundial, FAOSTAT e Trade Map. Outras fontes de dados foram utilizadas para a execução deste estudo setorial, todas devidamente citadas.

Além disso, foram consultados especialistas dos setores privado e público que atuam nos diferentes segmentos da cadeia produtiva, com o objetivo de refinar o entendimento das estatísticas oficiais e da dinâmica desse importante segmento industrial. Nesta etapa houve contato e reuniões com representantes de indústrias e entidades de classe do setor produtivo, dentre outros. Também foram realizadas consultas a trabalhos publicados, tanto brasileiros como estrangeiros.

Este estudo tem por objetivo analisar a complexidade e relevância desse setor, que se estende da produção agrícola, ao processamento industrial dos produtos e aos serviços envolvidos na cadeia até chegar na mesa do consumidor. Esse fator é de extrema importância: cada elo da cadeia produtiva é vital para o sucesso do setor como um todo. Quanto mais integrados e engajados estiverem, maiores as chances de melhora na produtividade da cadeia e o seu crescimento. Por outro lado, a inobservância dessas variáveis em cada segmento pode causar prejuízos econômicos e sociais com impacto em todo o processo produtivo.

Pretende-se também trazer luz às informações que são imprescindíveis para pautar o planejamento e a implementação de estratégias públicas e privadas dirigidas ao setor, com a perspectiva de agregação de valor e de fortalecimento da cadeia produtiva.

Portanto, de promoção do desenvolvimento econômico. Nesse contexto serão apresentados os principais resultados referentes à cadeia produtiva brasileira. A fim de identificar mudanças estruturais, priorizou-se a avaliação no horizonte temporal de dez anos ou mais.

A primeira parte do trabalho cobre as propriedades agrícolas produtoras de cacau, com indicação de área plantada, produtividade e o desempenho da produção, com a análise de diversas variáveis no tempo. Nesta etapa, identificou-se nas estatísticas oficiais importante diferença entre os volumes produzidos e os consumidos no Brasil.

Na fase seguinte, avaliou-se a dinâmica dos mercados de processamento do cacau e o da fabricação dos produtos de chocolate. Este estudo procura ainda contribuir com a contínua busca de aprimoramento desses elos produtivos, que apresentam grande oportunidade de crescimento no mercado brasileiro, com geração de emprego, renda e desenvolvimento socioeconômico.

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Pirarucu

Turismo de base comunitária em comunidades ribeirinhas

Entrevista com Pedro Meloni, Pedro Meloni Nassar – Coordenador de Turismo de Base Comunitária do IDSM.

Esta entrevista, realizada no ambito do Projeto Bioeconomia, aborda a pesca do Pirarucu na região de Mamirauá-AM. Pedro Nassar apresenta o processo de manejo, contagem, monitoramento, acordos de pesca além de descrever engajamento das comunidades e analisar a regulação pelo IBAMA.

Participam da entrevista os integrantes do projeto Bioeconomia – FAPESP/FAPEAM

  • Profa Maria Sylvia Macchione Saes – FEA/USP
  • Elis Regina Monte Feitosa – Doutoranda FEA/USP
  • Ricardo Cezar Alves Vieira da Silva – Eng. de pesca Setembro de 2021.
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Cacau

Novos arranjos produtivos para o cacau silvestre da Amazônia

Yanomami

Projeto de beneficiamento e comercialização de cacau silvestre por indígenas da Terra Yanomami compõe representa instrumento para a criação de alternativas ao garimpo, que afeta gravemente a vida dos Yanomami e Ye’kwana da região a partir do desenvolvendo atividades que interessam especialmente aos mais jovens.

Saiba mais no site do Instituto Socioambiental e na página dos chocolates De Mendes.

Tomé-Açu

O cacau agroflorestal de Tomé-Açu no Pará representa o único produto do Estado com selo de Indicação Geográfica (IG) desenvolvido com o propósito de diferenciar o produto através da valorização da cultura, biodiversidade e economia da região. Para mais informações consulte a página institucional da IG cacau Tomé-Açu

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Açaí

A cadeia produtiva do açaí em tempos recentes

Nesse artigo, os autores atualizam a situação da cadeia produtiva do açaí, que é um fruto amazônico amplamente produzido e apreciado na alimentação das populações regionais e, a partir dos anos 2000, vem assumindo uma liderança nas preferências dos consumidores tanto local como inter-regional e mundial, daí sua importância econômica e nutricional nos últimos 20 anos.

Logo, ressalte-se a existência de três espécies de palmeiras que produzem o “vinho de açaí”, a saber: a Euterpe oleracea com dominância nos estados do Pará e Amapá, responsável pela maior parte da produção e com capacidade de produzir rebrotamentos; a Euterpe precatória, com dominância no Amazonas, conhecida como “açaí do mato” e sem capacidade de perfilhamento e, a Euterpe edulis, com habitat na Mata Atlântica, não perfilha, sofreu forte processo de destruição para a retirada de palmito.

Nesse aspecto, a cadeia do açaí envolve extrativistas, produtores, intermediários, indústrias de beneficiamento e batedores artesanais, sendo de importância crucial para a formação de renda de famílias de pequenos produtores na ponta da cadeia produtiva. Assim, o objetivo desse capítulo foi o de caracterizar e analisar as mudanças na cadeia produtiva do açaí em tempos recentes.

Sobre os autores: Maria Lúcia Bahia Lopes da Universidade da Amazônia (UNAMA), Caio Cezar Ferreira de Souza da Universidade da Amazônia (UNAMA), Gisalda Carvalho Filgueiras da Universidade Federal do Pará (UFPA) e Alfredo Kingo Oyama Homma da Embrapa Amazônia Oriental.

Este texto integra a coletânea dedicada aos estudos de cadeias produtivas agroindustriais. A coletânea é organizada por Gabriel da Silva Medina (UNB) e José Elenilson Cruz (IFB/Gama) com o título de “Estudos em Agronegócio: participação brasileira nas cadeias produtivas”, Editora Kelps, 2021. Download.

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Cacau

Sistema agroindustrial do cacau no Brasil: o nexo entre competitividade e sustentabilidade

De autoria dos pesquisadores Lucas Xavier, Jacques Marcovitch e João Pedro de Castro Nunes Pereira, esse capítulo da publicação coordenada pelos pesquisadores Gabriel da Silva Medina e José Elenilson Cruz, contextualiza o mercado global de cacau como parte do sistema agroindustrial brasileiro.

Ao descrever os agentes econômicos e os ambientes institucionais do sistema do cacau (SAGCACAU) no Brasil, oferece uma visão da coordenação desse sistema a fim construir uma estrutura capaz de subsidiar a análise desse sistema sob o enfoque deste novo paradigma competitivo com base nos ODS de promoção da agricultura sustentável (ODS 2) e geração de empregos e renda decentes (ODS 8).

Com esses propósitos, este capítulo ambiciona dialogar e contribuir para as ações de diferentes partes interessadas na efetivação das condições de desenvolvimento sustentável a partir da competitividade de sistemas agroindustriais baseados na sociobiodiversidade, incluindo tomadores de decisão nos governos e empresas, organizações não governamentais e comunidades locais e tradicionais.

Sobre os autores: Lucas Xavier Trindade (PPGA/FEA/USP), Jacques Marcovitch (PPGA/FEA/USP) e João Pedro de Castro Nunes Pereira (DCET/PRONIT/UESC).

Este texto integra a coletânea dedicada aos estudos de cadeias produtivas agroindustriais. A coletânea é organizada por Gabriel da Silva Medina (UNB) e José Elenilson Cruz (IFB/Gama) com o título de “Estudos em Agronegócio: participação brasileira nas cadeias produtivas”, Editora Kelps, 2021. Download.

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Açaí Publicações

Nova agroindústria atua em rios da Amazônia e leva mais renda para comerciantes de açaí

Por Walace de Jesus | Jornal da USP – Uma agroindústria flutuante foi inaugurada na Amazônia no último mês de maio. A Balsa-Açaí, como ficou conhecida, é uma indústria idealizada para processar frutas em comunidades mais distantes de Manaus, mas especialmente o açaí. O empreendimento é movido a luz solar e percorrerá os rios Amazonas, Solimões, Madeira, Purus, Juruá e Japurá. Com capacidade de armazenamento de 300 toneladas de açaí, o projeto pode transformar 20 toneladas de açaí por dia em 12 toneladas de polpa, além de beneficiar comunidades ribeirinhas com aumento de lucros e otimização do transporte do fruto. 

A retirada da figura do atravessador e o maior aproveitamento do fruto são grandes vantagens para o sucesso da iniciativa – Foto: Revista IEA

A agroindústria é uma iniciativa do grupo Transportes Bertolini e da Valmont Solutions, que, juntos, investiram mais de R$ 20 milhões para a construção da plataforma flutuante. O primeiro destino da Balsa-Açaí foi Coari, município que fica a 363 quilômetros da capital amazonense. De acordo com o governo do Amazonas, o quilo do açaí no município está com valor médio de R$ 2,15 e a compra diária da indústria flutuante é de 400 sacas. 

O amazônida e professor do Departamento de Ciências Florestais da Escola Superior de Agricultura Luiz Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo, Edson José Vidal da Silva, comenta que a iniciativa representa muitas vantagens para o mercado do açaí, mas que uma preocupação é a capacidade de produção da própria floresta. “A iniciativa é interessante, mas devemos nos preocupar com o manejo da espécie e pensar a produção de forma sustentável”, comenta.

 “Quando pensamos em um produto não madeireiro e essa iniciativa não podemos esquecer a sustentabilidade da floresta em todas essas regiões em que a barca irá atuar”, explica. Para Vidal, é importante que a espécie consiga realizar suas taxas vitais para que não seja extinta localmente. “Se o fruto for exaustivamente retirado, impactos serão gerados para a fauna e à própria regeneração da espécie.”

Dentre a análise da nova indústria, o professor ressalta que a retirada da figura do atravessador e o maior aproveitamento do fruto são grandes vantagens para o sucesso da iniciativa. “Também podemos pensar em uma cadeia completa de aproveitamento dessa espécie para a economia dessas cidades”, sugere o professor. Além disso, para as comunidades ribeirinhas que moram distantes de Manaus, o projeto vai gerar otimização no transporte do fruto e maior lucro para os que o comercializam. “Vai reduzir o custo do transporte e também vai retirar a figura do atravessador, que acaba não deixando um recurso melhor para os ribeirinhos”, explica.  

A iniciativa só pôde ser concretizada a partir da alteração do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) na Instrução Normativa n° 72/2018 com a Instrução Normativa n° 04/2021, que possibilitou o registro de estabelecimentos de produção de bebidas moveis a partir de critérios estabelecidos pela pasta da agricultura. 

Vidal também revela que, além de relevância econômica, o açaí também tem importância nutricional para a população amazonense, que o consome não como uma simples sobremesa, mas muitas vezes como uma refeição completa. “É um produto importante e, ao longo do tempo, começou a entrar nas cidades com a migração do pessoal rural até se tornar esse fruto conhecido no mundo e aumentar o mercado”, explica. Ele também expressou sua preocupação em relação à acessibilidade dessas populações tradicionais ao fruto devido à crescente demanda.

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Pirarucu

Pirarucu de manejo no sudeste

Com o objetivo de estimular o imenso potencial do uso do Pirarucu de manejo proveniente das comunidades ribeirinhas da Amazônia, renomados chefs de cozinha que atual na cidade do Rio de Janeiros foram convidados a participar da primeira etapa do Projeto Gosto da Amazônia, com o propósito de criar receitas e analisar os resultados de diferentes formas de preparo desse pescado.

No mês de novembro de 2021, a inciativa deve ter uma etapa que acontecerá em 20 restaurantes da capital paulista.

O projeto tem previstas cinco etapas e o objetivo é contribuir com a melhoria de qualidade de vida das comunidades envolvidas no manejo do pirarucu. Sobrte a iniciativa do SINDIRIO, confira a matéria no portal da entidade.

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Cacau Publicações Videos

Diretizes estratégicas Cacau 2030

O Cocoa Action Brasil representa uma iniciativa pré-competitiva multistakeholder de caráter público privada criada em 2018. A World Cocoa Foundation (WCF) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT) lideram a iniciativa que conta com a participação de diversas outras organizações com capacidades e recursos complementares com o propósito de aprimorar a competitividade e a sustentabilidade da cadeia de valor do cacau brasileira. Foi lançada no mês de maio um conjunto de diretrizes que visam a melhoria das condições de vida e de trabalho na cadeia produtiva do cacau. As diretrizes partem dos resultados dos estudos desenvolvidos pela OIT, o Ministério Público do Trabalho (MPT) e o Cocoa Action. 

Como resultados desta iniciativa, pretende-se: 1) aumentar a base de conhecimento e conscientização sobre os direitos dos trabalhadores na cadeia produtiva do cacau; 2) fortalecer o por público local para promover o trabalho decente e manter as crianças na escola; 3) aumentar a produtividade e a renda dos produtores de cacau; 4) implementar o monitoramento das condições de trabalho na cadeia produtiva do cacau.

Para mais detalhes, consulte:

Vídeo do lançamento das diretrizes 2030

Diretrizes completas. Disponível em (Cadeia Produtiva do Cacau – Documento Sintese Lancamento Diretrizes)

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Entrevistas Pirarucu

Piscicultura na Amazônia

Ricardo Cesar é engenheiro de pesca, mestre em Aquicultura pelo INPA, com cerca de cinco anos de experiência na região da Amazônia, sendo dois anos de pesquisa e três anos de prática profissional na piscicultura.

Documentos

Sumário da entrevista. Resumo e anotações de Elis Regina Monte Feitosa e Gleriane Ferreira sobre a entrevista com o Eng. Ricardo Cesar