Autor: pbelasco

  • A bioeconomia da Amazônia: Além do uso de produtos florestais

    Em artigo publicado na revista International Society for Ecological Economics (ISEE), Bergamo, D., Zerbini, O., Pinho, P., & Moutinho, P. discutem a complexidade envolvendo o debate sobre a bioeconomia amazônica.

    Para que as atuais e futuras iniciativas possam contribuir para a construção de um futuro verdadeiramente sustentável, faz-se necessário que se comprometam
    com uma série de princípios orientadores.

    Ao longo do artigo, quatro aspectos são apontados:

    (i) desmatamento zero,
    (ii) diversificação dos métodos de produção,
    (iii) fortalecimento de práticas milenares amazônidas, e
    (iv) repartição justa dos benefícios.

  • Onde estamos e para onde vamos na implementação do código florestal

    Onde estamos e para onde vamos na implementação do código florestal

    Num ano de instabilidades e fragilidades no Sistema Nacional do Cadastro Ambiental Rural (SICAR), em que não houve a devida atualização dos dados abertos ao público, a nova publicação do Climate Policy Initiative/Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (CPI/PUC-Rio) apresenta uma radiografia inédita sobre o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e o Programa de Regularização Ambiental (PRA), a partir de dados coletados diretamente junto aos estados brasileiros.

    A análise revela que o país tem um grande desafio pela frente. Foi iniciada a análise de apenas 12% dos cadastros do país e somente 2% foram concluídas. Entretanto, estratégias adotadas pelos estados que mais avançaram mostram que existem caminhos para acelerar a implementação da lei.

    A publicação do CPI/PUC-Rio evidencia que o novo governo tem a oportunidade de mudar o cenário atual por meio da adoção de sete ações prioritárias. Essas medidas incluem a formulação de um plano nacional pactuado com os governos estaduais, o fortalecimento do SICAR e a adoção de estratégias para acelerar a análise de CARs, promover o cancelamento de cadastros irregulares e impulsionar a adesão ao PRA. Por fim, é essencial o alinhamento do Código Florestal com políticas de combate ao desmatamento e de apoio ao agronegócio.

  • Comunidades extrativistas de cacau no Amazonas

    Neste vídeo, o pesquisador Lucas Xavier apresenta um relato de experiência imersiva, no âmbito do Projeto Bioeconomia, em duas regiões do Amazonas, Rio Madeira e Rio Juruá. 

    Nesses locais as comunidades ribeirinhas são agroextrativistas de cacau. A pesquisa de campo, realizada entre os dias 03 e 14 de outubro de 2022, teve como propósito a coleta de dados na forma de entrevistas. O relato mostra a existência de abordagens diferenciadas de inserção na cadeia do cacau, com desafios singulares intra e extra cadeia de valor.

    A visita contou com o apoio das: Fundação Amazônia Sustentável (FAS), Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Amazonas (SEMA), Associação dos Produtores Agroextrativistas da Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Madeira (APRAMAD), SOS Amazônia, Comunidade do Novo Horizonte e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). 

  • Porque proteger as florestas e os polinizadores na Amazônia?

    Abelhas e besouros são dois dos principais grupos de polinizadores para o açaí, a castanha-do-Brasil e babaçu. No artigo « Status and trends of pollination services in Amazon agroforestry systems » publicado na revista  Agriculture, Ecosystems and Environment os pesquisadores do Instituto Vale, da Universidade Federal de Goiás e da Universidade Federal do Pará mostram a importante contribuição dos polinizadores para a produção agrícola na floresta amazônica.

    No entanto, uma perda crescente da floresta amazônica tem sido observada, e isso pode prejudicar os polinizadores e ter consequências prejudiciais na produção de alimentos em um futuro próximo.

    Políticas públicas são urgentemente necessárias para estimular a produção agrícola em harmonia com as áreas naturais, combinando a proteção das florestas e dos polinizadores com a produção de alimentos

  • Capital e biodiversidade

    O tema da biodiversidade é abordado neste documento recente publicado pelo Goldman Sachs.

    Segundo o relatório, atualmente apenas 10% do investimento anual necessário para reverter a perda da natureza é realizado, sendo o financiamento predominantemente público.

    O documento procura explorar oportunidades para o
    investimento privado em modelos de negócios associados à biodiversidade.

  • Programa de Regularização Ambiental

    Depoimento de João Paulo Capobianco relativo ao Código Florestal no Senado Federal

    João Paulo Capobianco, vice-presidente do Instituto Democracia e Sustentabilidade, IDS, participou em agosto de 2019 de um debate no plenário do Senado Federal sobre o Codigo Florestal e sua implementação. Porque os ambientalistas se preocupam com a produção agricola ? O conteudo trata dos desafios da sustentabilidade nos biomas do Brasil.    

  • Três referências para acompanhar o debate sobre biodiversidade e clima


    1.    Alocução de António Guterres, Secretário-Geral das Nações Unidas, na abertura do debate geral da 77ª Sessão da Assembleia Geral da ONU 

    (Nova Iorque, 20 a 26 de setembro de 2022). https://media.un.org/en/asset/k1p/k1p449fd95

    2.    Bioeconomia na Amazônia: Análise Conceitual, Regulatória e Institucional 

    Pesquisa sinaliza riscos e aponta para a necessidade de formulação de uma estratégia para a promoção da bioeconomia na Amazônia

    3.    Compromissos de resgate atualizado da Agenda Socioambiental Brasileira Perdida de Marina Silva

  • Pagamentos por serviços ambientais na Amazônia

    Sobre o Workshop

    O Workshop PSA e as comunidades locais apresenta e discute um quadro de referência para o estudo das políticas de pagamento por serviços ambientais em diferentes escalas na Amazonia junto a comunidades, associações e cooperativas. Em complemento, a um quadro de referência conceitual e da legislação em vigor, são apresentados e discutidos casos de governança do uso do capital natural. Uma governança que almeja a consolidação das cadeias de valor dos serviços ecossistêmicos para criar condições favoráveis para os investimentos públicos e privados que levem ao fortalecimento das comunidades locais.

    Programa

    Dia 21 de setembro
    quarta-feira 

    Primeira parte

    8h45 – 9h00 Abertura

    • Maria Sylvia M Saes, USP
    • Jacques Marcovitch, USP
    • Adalberto Val, INPA

    9h00-10h30 Pagamentos de serviços ambientais: um quadro de referência  

    • Patrícia G C RuggieroCV | Slides
      Pesquisa a efetividade de mecanismos de incentivo à conservação da biodiversidade e promoção dos serviços ambientais, Pós Doutoranda no Departamento de Economia da FEA/USP
    • Carlos A KlinkCV | Slides
      Coordenador de ações com parceiros estratégicos para a melhoria do ambiente de negócios e práticas sustentáveis. Secretário Executivo do MMA e Secretário Nacional para Mudança do Clima ( 2012/2016). Professor de Ecologia na Universidade de Brasília (unb).
    • Bráulio de Souza DiasCV | Slides
      Diretor-presidente do Fundação Pró-Natureza. Secretário Executivo da Convenção sobre Diversidade Biológica (2012-2017) Professor de Ecologia na UnB.

    Segunda parte

    10h45- 12h00 Casos em Pagamentos de Serviços Ambientais na Amazonia 

    • Chocolate De Mendes Slides
      Stefano Arnhold, Presidente da CBKK Celo de Bonstato Kaj Konservado para o bem-estar das comunidades e conservação da natureza 
    • Bolsa FlorestaSlides
      Lívio Miles Silva-Müller, pesquisador do projeto Elites & Desigualdade, Albert Hirschman Center on Democracy, IHEID Genebra 
    • Reserva Rio CautárioSlides
      Charles William Cookson, advogado com experiencia em gestão de investimentos para a conservação e recuperação de florestas naturais.
    • Ecomapuá REDD+Slides
      Lucas Ferrari, analista de Infraestrutura na Garín Investimentos 
    • Comentários de Ana Cláudia Torres Gonçalves, Programa de Manejo de Pesca do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá

    12h15 – 12h30 Síntese, conclusões e recomendações 

    Realização: Projeto Bioeconomia FEA/USP/FAPESP e INPA/FAPEAM. Processo FAPESP 2020/08886-1

    E-mail: mudarfuturo@usp.br


    Missão do Projeto Bioeconomia:  Ampliar a compreensão de questões relativas às cadeias de valor com base na biodiversidade. Identificar fatores críticos para elevar a sustentabilidade das cadeias de valor no estado do Amazonas, com alto potencial de consumo no estado de São Paulo. Iniciativa que almeja ações que promovam nas comunidades produtoras a geração de emprego, renda, benefícios e bem-estar. 

  • A restauração de ecossistemas beneficia as pessoas e o planeta

    Estudo publicado British Ecological Society’s Journal People and Nature mostra o potencial de gerar até 2,5 milhões de empregos diretamente por meio da cadeia de suprimentos de restauração de ecossistemas, se o Brasil cumprir sua meta de restaurar 12 milhões de hectares de terras degradadas até 2030. Coordenado pelos pesquisadores Pedro Brancalion, professor da Universidade de São Paulo (ESALQ-USP) e Rafael Chaves, este estudo mostra que a restauração florestal ativa no Brasil tem potencial de geração de 0,42 empregos por hectare. Isso significa que a cada 2 hectares de terras degradadas (equivalente a dois campos de futebol) restaurados, será gerado um novo emprego.

    Versão integral do artigo em Brazil’s ecosystem restoration benefits both people and planet – British Ecological Society

  • A conservação da biodiversidade deve ser uma preocupação de toda a sociedade

    André Julião | Agência FAPESP – A conservação da biodiversidade deve ser uma preocupação para toda a sociedade, pois está intimamente ligada à erradicação da pobreza e da fome, à saúde e ao bem-estar da população, à redução da desigualdade, ao consumo e à produção responsáveis e a outros Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), conjunto de metas estabelecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) para serem cumpridas até 2030.

    Essa foi uma das conclusões do webinário “Biodiversidade Terrestre e Marinha: conservação, uso e desenvolvimento sustentável” organizado pela Academia de Ciências do Estado de São Paulo (Aciesp) e pela FAPESP com o objetivo de apresentar e discutir o terceiro capítulo do livro FAPESP 60 Anos: A ciência no desenvolvimento nacional.

    “Os ODS de biodiversidade [o 14º, vida na água, e o 15º, vida na terra] estão fortemente associados com a redução da pobreza. Além da biodiversidade poder ser um alimento direto, que envolve com a ODS 2, que é acabar com a fome, na biodiversidade temos capacidade de geração de empregos”, disse Carlos Joly, professor do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (IB-Unicamp) e um dos coordenadores do Programa BIOTA-FAPESP.

    O pesquisador citou estudo recente em que pesquisadores brasileiros estimam que o Brasil poderia gerar 2,5 milhões de empregos se atendesse à meta, estabelecida no Acordo de Paris, de restaurar 12 milhões de hectares até 2030. “E não são empregos que exigem qualificação. É o tipo de emprego que o Brasil precisaria nesse momento”, afirmou Joly.

    Além disso, segundo o pesquisador a biodiversidade está relacionada com as cidades e com a geração de água, que depende da manutenção da vegetação nativa.

    Para Vanderlan Bolzani, professora do Instituto de Química de Araraquara da Universidade Estadual Paulista (IQAr-Unesp) e presidente da Aciesp, em momentos turbulentos da história, a ciência e o conhecimento contribuíram para a mudança.

    “Estamos atravessando um momento muito difícil da vida humana […], mas no pós-guerra éramos um país agrícola e hoje, apesar das diferenças regionais, temos um país que nos orgulha, mesmo com os retrocessos que estamos vivenciando nesse momento”, disse Bolzani, durante a abertura do evento.

    A biodiversidade brasileira, a maior do mundo, pode ser um dos motivos de orgulho, ela disse. Aqui vivem 11% de todas as espécies de plantas vasculares (musgos, samambaias e plantas com sementes), 11,3% dos mamíferos, 17,2% das aves, 23,2% dos peixes de água doce, com grandes extensões de bioma ainda não estudados por cientistas, portanto com imenso potencial para a descoberta de novas espécies e substâncias químicas.

    “Quando imaginamos que biodiversidade é a maior biblioteca química jamais concebida por qualquer humano, é porque nela encontramos os modelos moleculares mais inusitados, impossíveis de serem sintetizados por qualquer um dos vencedores do Nobel de Química”, comentou a pesquisadora.

    Oceanos

    Para Alexander Turra, professor do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP), os oceanos são mais do que os organismos que neles vivem, mas um grande bioma com vários ecossistemas e hábitats e pode ser um agente de transformação da sociedade em função do seu papel e das conexões que dele dependem.

    Segundo o pesquisador, o Brasil não tem sido bem-sucedido na fiscalização da atividade pesqueira, citando o exemplo da pesca de arrasto. “Temos formas de aumentar a produção de alimentos sem necessariamente ter conflitos. Com isso, precisamos pensar como o formato dessa atividade econômica pode combater fome e pobreza e beneficiar comunidades de forma abrangente. E isso vai de encontro ao item saúde e bem-estar da agenda 2030”, sublinhou.

    A ameaça da poluição nos oceanos à biodiversidade foi tema de Lucas Buruaem Moreira, professor visitante do Instituto do Mar da Universidade Federal de São Paulo (IMar-Unifesp), e a biodiversidade amazônica foi tratada pela pesquisadora Vera Maria Fonseca de Almeida e Val, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).

    O webinário teve ainda participação de Marie-Anne Van Sluys, professora do Instituto de Biociências da USP e membro da coordenação adjunta de Programas Especiais e Colaborações em Pesquisa da FAPESP, e de Adriano Andricopulo, professor do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP e diretor-executivo da Aciesp.

    O webinário pode ser visto na íntegra em: https://youtu.be/XBGta5JpJlw.

    O terceiro capítulo do livro FAPESP 60 anos: A ciência no desenvolvimento nacional está disponível em: https://fapesp.br/eventos/2022/aciesp_cap3.pdf.

    Este texto foi originalmente publicado por Agência FAPESP de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original aqui.