Categorias
Arqueologia Amazônica Conteúdos relacionados Seminários

Arqueologia na Amazônia e o futuro da floresta

A utilização de tecnologias avançadas, como sensoriamento remoto, imagens de satélite, drones e análises de dados geoespaciais, tem permitido aos arqueólogos mapear e estudar áreas extensas da Amazônia de forma mais eficiente e detalhada. Pesquisas arqueológicas continuam a estudar a relação entre as populações humanas antigas e o ambiente incluindo padrões de assentamento, uso da terra, práticas agrícolas. A descoberta e documentação de arte rupestre e outros tipos de estruturas como geoglifos e antigas estradas, fornecem uma visão sobre as culturas e sociedades antigas que habitavam a região, bem como suas práticas culturais, religiosas e econômicas. O fato de a região ter sido um polo de desenvolvimento independente de cerâmica, cultivo de espécies vegetais e de adensamento populacional, indica que os povos que habitavam essa região no passado encontraram soluções para estes problemas condizentes com as condições climáticas e as características da paisagem da Amazônia.

Além das contribuições para a proteção e preservação do patrimônio arqueológico da Amazônia, à medida que a região enfrenta pressões de desenvolvimento, desmatamento, mineração e outras atividades que podem impactar sítios arqueológicos e artefatos culturais, os estudos arqueológicos na Amazônia também contribuem para a compreensão das mudanças climáticas passadas e da história ambiental da região, fornecendo dados sobre variações climáticas, padrões de ocupação humana e adaptações às condições ambientais em evolução.


Categorias
Conteúdos relacionados Entrevistas Podcasts

Amazônia e negócios: Perspectivas e práticas para uma postura consciente

Um novo ecossistema de negócios está sendo pensado e desenvolvido na Amazônia com o objetivo de preservar o meio ambiente e, ao mesmo tempo, promover o desenvolvimento socioeconômico da região, gerando emprego, renda e bem-estar para a população local.
Esse ecossistema faz parte de uma nova economia baseada em soluções sustentáveis que têm como foco principal a natureza. Essa abordagem considera uma visão integrada que engloba pessoas, infraestrutura, bioeconomia, agropecuária sustentável, ordenamento territorial e soluções sustentáveis.

Para alcançar esse objetivo, é necessário ter uma agenda de negócios que compreenda os riscos, busque oportunidades e desenvolva uma infraestrutura adequada para sustentar o crescimento desse ecossistema. Além disso, é fundamental envolver lideranças e conselheiros para garantir o engajamento nesse processo.
Mas como está o panorama atual da região? E como podemos desenvolver todas essas iniciativas? Neste episódio, Vanessa Pinsky, consultora especialista em ESG e membro da comissão de sustentabilidade do IBGC, e Bruno Aranha, especialista em sustentabilidade, irão responder a essas questões.

Categorias
Conteúdos relacionados Mídias Relatórios

Áreas protegidas e o bem-estar das comunidades Amazônicas

Na sua apresentação no Frontiers Forum Live 2023, o Professor Carlos Peres, da Universidade de East Anglia, no Reino Unido, explicou por meio de evidências, os resultados de sua pesquisa, selecionada como representante brasileira do premio internacional Frontiers Planet.



Por meio da sua pesquisa, o professor Carlos Peres e a sua equipe demonstraram que os programas de conservação de base comunitária na Amazônia não só beneficiam os ecossistemas naturais como também melhoram os meios de subsistência das pessoas que vivem nas áreas protegidas. Esta capacitação das comunidades locais, em que todos ganham, pode ser alargada a toda a planície amazônica e realça o valor da proteção e reforça os argumentos em favor da ocupação humana responsável reservas florestais, como fator decisivo para a conservação.

Saiba mais sobre o Prêmio Frontiers Planet: https://www.frontiersplanetprize.org/

O Frontiers Forum Live apresenta soluções científicas para uma vida saudável num planeta saudável. O evento realiza-se anualmente em Montreux, na Suíça, e há sessões virtuais ao longo do ano.

Categorias
Conteúdos relacionados

A conservação da biodiversidade deve ser uma preocupação de toda a sociedade

André Julião | Agência FAPESP – A conservação da biodiversidade deve ser uma preocupação para toda a sociedade, pois está intimamente ligada à erradicação da pobreza e da fome, à saúde e ao bem-estar da população, à redução da desigualdade, ao consumo e à produção responsáveis e a outros Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), conjunto de metas estabelecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) para serem cumpridas até 2030.

Essa foi uma das conclusões do webinário “Biodiversidade Terrestre e Marinha: conservação, uso e desenvolvimento sustentável” organizado pela Academia de Ciências do Estado de São Paulo (Aciesp) e pela FAPESP com o objetivo de apresentar e discutir o terceiro capítulo do livro FAPESP 60 Anos: A ciência no desenvolvimento nacional.

“Os ODS de biodiversidade [o 14º, vida na água, e o 15º, vida na terra] estão fortemente associados com a redução da pobreza. Além da biodiversidade poder ser um alimento direto, que envolve com a ODS 2, que é acabar com a fome, na biodiversidade temos capacidade de geração de empregos”, disse Carlos Joly, professor do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (IB-Unicamp) e um dos coordenadores do Programa BIOTA-FAPESP.

O pesquisador citou estudo recente em que pesquisadores brasileiros estimam que o Brasil poderia gerar 2,5 milhões de empregos se atendesse à meta, estabelecida no Acordo de Paris, de restaurar 12 milhões de hectares até 2030. “E não são empregos que exigem qualificação. É o tipo de emprego que o Brasil precisaria nesse momento”, afirmou Joly.

Além disso, segundo o pesquisador a biodiversidade está relacionada com as cidades e com a geração de água, que depende da manutenção da vegetação nativa.

Para Vanderlan Bolzani, professora do Instituto de Química de Araraquara da Universidade Estadual Paulista (IQAr-Unesp) e presidente da Aciesp, em momentos turbulentos da história, a ciência e o conhecimento contribuíram para a mudança.

“Estamos atravessando um momento muito difícil da vida humana […], mas no pós-guerra éramos um país agrícola e hoje, apesar das diferenças regionais, temos um país que nos orgulha, mesmo com os retrocessos que estamos vivenciando nesse momento”, disse Bolzani, durante a abertura do evento.

A biodiversidade brasileira, a maior do mundo, pode ser um dos motivos de orgulho, ela disse. Aqui vivem 11% de todas as espécies de plantas vasculares (musgos, samambaias e plantas com sementes), 11,3% dos mamíferos, 17,2% das aves, 23,2% dos peixes de água doce, com grandes extensões de bioma ainda não estudados por cientistas, portanto com imenso potencial para a descoberta de novas espécies e substâncias químicas.

“Quando imaginamos que biodiversidade é a maior biblioteca química jamais concebida por qualquer humano, é porque nela encontramos os modelos moleculares mais inusitados, impossíveis de serem sintetizados por qualquer um dos vencedores do Nobel de Química”, comentou a pesquisadora.

Oceanos

Para Alexander Turra, professor do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP), os oceanos são mais do que os organismos que neles vivem, mas um grande bioma com vários ecossistemas e hábitats e pode ser um agente de transformação da sociedade em função do seu papel e das conexões que dele dependem.

Segundo o pesquisador, o Brasil não tem sido bem-sucedido na fiscalização da atividade pesqueira, citando o exemplo da pesca de arrasto. “Temos formas de aumentar a produção de alimentos sem necessariamente ter conflitos. Com isso, precisamos pensar como o formato dessa atividade econômica pode combater fome e pobreza e beneficiar comunidades de forma abrangente. E isso vai de encontro ao item saúde e bem-estar da agenda 2030”, sublinhou.

A ameaça da poluição nos oceanos à biodiversidade foi tema de Lucas Buruaem Moreira, professor visitante do Instituto do Mar da Universidade Federal de São Paulo (IMar-Unifesp), e a biodiversidade amazônica foi tratada pela pesquisadora Vera Maria Fonseca de Almeida e Val, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).

O webinário teve ainda participação de Marie-Anne Van Sluys, professora do Instituto de Biociências da USP e membro da coordenação adjunta de Programas Especiais e Colaborações em Pesquisa da FAPESP, e de Adriano Andricopulo, professor do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP e diretor-executivo da Aciesp.

O webinário pode ser visto na íntegra em: https://youtu.be/XBGta5JpJlw.

O terceiro capítulo do livro FAPESP 60 anos: A ciência no desenvolvimento nacional está disponível em: https://fapesp.br/eventos/2022/aciesp_cap3.pdf.

Este texto foi originalmente publicado por Agência FAPESP de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original aqui.

Categorias
Açaí Publicações

Conhecimento tracidional sobre usos do açaí

Esse artigo, escrito com colaboração de pesquisadores da UFAM e do INPA, trata de um levantamento sobre usos tradicionais em três diferentes comunidades na reserva Piagaçi-Purus no estado do Amazonas.

O texto refere-se à imensa complexidade das intereações entre ambiente e sociedade e sobre a importância de recuperar esse conhecimento na investigação dos aspectos socioculturais com implicações no desenvlvimento da região.

2021-Lay-et-al. International Journal of Environment, Agriculture and Biotechnology. Vol-6, Issue-1; Jan-Feb, 2021
ISSN: 2456-1878 – https://dx.doi.org/10.22161/ijeab.61.17 127